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Suécia encerra investigação da morte do premiê Olof Palme

10 de junho de 2020

Autor do crime é um homem que havia sido considerado suspeito no início da investigação e morreu em 2000, afirma procurador. Caso é encerrado, e governo diz esperar que país finalmente supere trauma.

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Olof Palme
Olof Palme em foto de 1984: premiê era polêmico pela suas políticas de esquerdaFoto: picture-alliance/TT News Agency/T. Gustavsson

Mais de 34 anos depois do assassinato do primeiro-ministro Olof Palme, investigadores da Suécia afirmaram nesta quarta-feira (10/06) que o caso foi encerrado porque o principal suspeito do crime já morreu.

Palme foi morto a tiros no centro de Estocolmo, em 28 de fevereiro de 1986, depois de sair do cinema com a esposa, Lisbeth Palme. O assassinato do premiê virou um trauma nacional na Suécia. Em reação, o primeiro-ministro Stefan Lofven disse esperar que o país consiga finalmente cicatrizar essa ferida.

O procurador responsável pelo caso, Krister Petersson, identificou o atirador como sendo o homem que, no início da investigação, era o principal suspeito, Stig Engström, morto em 2000 e também conhecido no inquérito como "homem da Skandia", por trabalhar na companhia de seguros Skandia, nas proximidades.

O procurador disse que Engström tinha uma forte aversão a Palme e às suas políticas. Ele foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local do crime e inicialmente foi considerado suspeito.

O filho de Palme, Marten, disse acreditar que Engström é o assassino do pai, mas que, infelizmente, não há uma "evidência real conclusiva".

Algumas testemunhas deram descrições do assassino em fuga que combinavam com as características de Engström, enquanto outras disseram que ele nem mesmo estava no local. O próprio Engström afirmou estar presente no local desde o início, ter falado com Lisbeth Palme e com a polícia e disse que tentou ressuscitar a vítima.

Engström disse que perseguiu o atirador e por isso foi confundido com ele pelas testemunhas. Com o tempo, a polícia considerou Engström uma testemunha não confiável e inconsistente e deixou-o de lado na investigação.

Lisbeth Palme ficou ferida no ataque e, mais tarde, identificou o atirador como Christer Pettersson, um alcoólico e viciado em drogas, que acabou condenado pelo assassinato de Palme. A sentença foi revogada depois de a polícia não ter apresentado qualquer evidência técnica, deixando o mistério por resolver. Pettersson morreu em 2004.

Mais de cem pessoas chegaram a ser consideradas suspeitas do crime, e o caso foi rodeado por teorias da conspiração.

Olof Palme procurava viver de forma simples e costumava sair sem guarda-costas. Na noite do assassinato não tinha proteção. Palme era um político carismático e conhecido pelas suas ideias de esquerda. Muitos analistas o consideram o arquiteto da Suécia moderna e seu estado de bem-estar social. Foi primeiro-ministro da Suécia entre 1969 e 1976 e, novamente, entre 1982 e 1986.

AS/lusa/dpa

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