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Passo decisivo

11 de novembro de 2011

Aprovação pelos senadores é pré-condição para renúncia de Silvio Berlusconi. Mercados se acalmam com perspectiva de economista Mario Monti como novo premiê. Na Grécia, fechado consenso sobre formação de governo interino.

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Voto de senadores é primeiro passo para novo governo
Voto de senadores é primeiro passo para novo governoFoto: dapd

O Senado de Roma aprovou nesta sexta-feira (11/11) reformas econômicas rigorosas, exigidas pela União Europeia (UE), abrindo assim o caminho para a anunciada renúncia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. O pacote precisa agora ser submetido ao voto da Câmara dos Deputados, provavelmente já no sábado.

Berlusconi prometera renunciar à chefia do governo italiano assim que o Parlamento italiano – formado conjuntamente pelo Senado e a Câmara – houvesse aprovado as presentes reformas. Nesse ínterim, acumulam-se os indícios de que o economista Mario Monti, de 68 anos, venha a assumir o cargo de premiê.

Enquanto isto, Atenas alcançou um consenso quanto à composição do governo de transição sob Lucas Papademos, visando resgatar o país de sua crise financeira crônica e organizar novas eleições, em seguimento à renúncia de George Papandreou.

Segundo declaração governamental divulgada nesta sexta-feira, o atual ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, manterá seu cargo; o Ministério do Exterior caberá ao ex-comissário da UE para o Meio Ambiente Stavros Dimas.

Lucas Papademos (c), premiê interino da Grécia
Lucas Papademos (c), premiê interino da GréciaFoto: picture alliance/dpa

A pasta da Infraestrutura e Transporte ficará com Makis Voridis, do Partido Laos – trata-se da primeira vez que um grupo nacionalista de direita participa do governo da Grécia, desde o fim da ditadura militar, em 1974.

Suspense na Itália

Durante a votação em Roma, 156 senadores pronunciaram-se a favor do projeto de orçamento contendo as reformas propostas pela UE, e 12 foram contra. Monti foi recebido no plenário com aplausos, Antes, ele fora nomeado senador vitalício pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, honra concedida a pessoas que se empenham de forma excepcional pela sociedade italiana.

Ao que tudo indica, com esta nomeação Napolitano quer sinalizar aos alarmados investidores e mercados financeiros sua intenção de confiar a Monti, ex-comissário da União Europeia para assuntos de Concorrência, a formação de um governo de transição, em seguida ao afastamento de Berlusconi.

Após a planejada votação do pacote de reformas pela Câmara dos Deputados, provavelmente no sábado, está prevista uma reunião de gabinete. De acordo com as previsões, neste fim de semana Berlusconi já deverá entregar a Napolitano seu pedido de renúncia.

Mario Monti é candidato forte a suceder Berlusconi
Mario Monti é candidato forte a suceder BerlusconiFoto: dapd

As reformas aprovadas preveem, entre outras medidas, a venda de imóveis em poder do Estado italiano e a elevação da idade de aposentadoria: primeiro para 67 anos, em 2026, e mais tarde para 70 anos, a partir de 2050.

Presença tranquilizadora para mercados

O temor de que a Itália possa estar ameaçada por uma crise de endividamento comparável à grega vem tirando o sono dos mercados financeiros. Porém nesta sexta-feira confirmou-se sua tranquilização diante da perspectiva de um governo italiano sob a liderança do cientista econômico Mario Monti. A rentabilidade dos títulos públicos italianos com prazo de resgate de dez anos caiu mais 0,21 ponto percentual, ficando em 6,59%.

Correspondendo a 120% de seu Produto Interno Bruto, os italianos possuem a segunda maior dívida estatal entre os países do euro, depois da Grécia. Segundo peritos, o déficit da terceira maior economia europeia, orçado em 1,9 trilhão de euros, é tão grande que a União Europeia não teria como salvar o país em caso de emergência. O bloco europeu já insistiu que Roma adote novas medidas, a fim de sanear o orçamento público até 2013, como prometido.

AV/dapd/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque