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Senado aprova subsídio para famílias pobres comprarem gás

20 de outubro de 2021

Programa pagará a cada dois meses pelo menos 50% do valor médio do botijão de 13 kg, que superou os R$ 100. Texto será analisado novamente pela Câmara.

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Botijão de gás inflável em protesto na Avenida Paulista
Alta no preço do botijão de gás tem sido lembrada em protestos contra o governo federalFoto: Amanda Perobelli/REUTERS

O Senado aprovou nesta terça-feira (19/10) um projeto de lei que cria um subsídio destinado a famílias de baixa renda para a compra de botijões de gás de cozinha.

O texto já havia sido aprovado pelos deputados em setembro, mas foi alterado pelos senadores, que retiraram a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) como uma das fontes de financiamento do subsídio. Por esse motivo, o projeto deverá ser analisado novamente pela Câmara.

Segundo o texto aprovado pelo Senado, o programa Gás para os Brasileiros terá vigência de cinco anos e será destinado às famílias inscritas no Cadastro Único, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo, ou que tenham entre seus membros, residentes no mesmo domicílio, quem receba o benefício de prestação continuada (BPC).

Cada família receberá, a cada dois meses, um subsídio de no mínimo 50% do valor médio do botijão de 13 kg, que ultrapassou neste mês a marca de R$ 100. O pagamento será feito preferencialmente à mulher responsável pela família. Para efeito de comparação, o Bolsa Família paga, em média, um benefício mensal de cerca de R$ 200.

O custo do programa será de R$ 4 bilhões a R$ 8,5 bilhões por ano, dependendo do percentual de subsídio. Ele será financiado por royalties devidos à União em função da produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos sob o regime de partilha de produção, pela parcela da receita de comercialização do excedente em óleo da União, pelos bônus de assinatura nas licitações de áreas para a exploração de petróleo e de gás natural, e por dividendos da Petrobras recebidos pela União, entre outras fontes.

"O gás de cozinha, de item de primeira necessidade, transformou-se em artigo de luxo, inacessível a grande parte de nossa população", afirmou o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do projeto, que havia sido apresentado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) e foi anexado a projetos semelhantes apresentados pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Não seria a primeira vez que o governo federal paga um subsídio para famílias de baixa renda comprarem gás. No governo de Fernando Henrique Cardoso, o auxílio-gás foi instituído no valor de R$ 15, que equivalia a 75% do preço do botijão de gás. Em 2003, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando o preço dos combustíveis era controlado, o auxílio-gás foi incorporado ao Bolsa-Família.

bl (Agência Senado)