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DW Antena

Rodrigo Rimon22 de junho de 2007

Os Scorpions se mantêm na ativa há 35 anos e até hoje são a banda alemã de maior sucesso no mercado internacional. Com "Humanity – Hour 1", eles lançam seu 21º álbum, no qual reafirmam a velha estética do rock.

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Banda trabalhou com renomado produtor americano Desmond ChildFoto: presse

Os Rolling Stones podem, Paul McCartney pode, Aerosmith e Bon Jovi também podem. Police está de volta, Genesis tentando voltar. O mundo dá mesmo voltas. A banda alemã de maior sucesso de vendas no mercado internacional – errou quem pensou em Kraftwerk – resiste bravamente à passagem do tempo e aos novos desdobramentos musicais, e apresenta algo por que poucos esperavam: um álbum conceitual de rock.

Os Scorpions estão de volta com Humanity – Hour 1, seu 21º álbum. Desde o lançamento do disco de estréia, Lonesome Crow, há 35 anos, a banda de Hannover vendeu 75 milhões de exemplares e conquistou de românticos a motoqueiros no mundo todo com hits como "Still loving you", "Rock you like a hurricane" e "Send me an angel", sem esquecer de "Wind of change", música de fundo da reunificação alemã.

Vai que eu fico

Mas não é tão óbvio assim que o mercado musical ainda guarde espaço para uma estética não só tida como antiquada, mas que destoa deliberadamente da linguagem do pop de hoje. De lá para cá, muita coisa mudou, mas os Scorpions permaneceram os mesmos e nem todo mundo estará disposto a escutar Klaus Meine cantando intensamente pelo nariz.

Scorpions
Nem a boina mudou...Foto: Steve Jennings

O vocalista, aliás, ainda traz sobre a cabeça a mesma boina preta, que, com o passar do tempo, passou de um singelo porém representativo toque de estilo a um indispensável uniforme de trabalho, uma maneira de resistir à efemeridade da indústria musical e evitar que a própria imagem caísse em esquecimento.

De certa forma, eles também permanecerem fiéis à velha atitude do rock, com o machismo e o sexismo de seus videoclipes e a infantilidade da fantasia religiosa de demônios, anjos e monstros sangrentos em suas letras – por mais evidente que isso tenha se tornado para o público, no mais tardar na década de 90.

O jornal Die Tageszeitung se pergunta: "Por que raios o Scorpions faz questão de soar como o Metallica 25 anos atrás?". E responde: "Talvez seja este o truque: ficar parado e deixar o mundo girar em torno deles. Se ficarem parados por tempo suficiente, o mundo um dia volta por si mesmo. Esta é a mecânica inerente e conservadora do rock".

A volta do rock – simplificado

Conforme a disposição para o rock parece se recuperar após os longos anos de hegemonia do hip hop, R&B, pop e outras tendências avassaladoras, a neurose dos subestilos, pelo jeito, vai ficando para trás, reminiscências do tempo em que rock não era simplesmente rock, mas hard-rock, heavy metal, trash metal, speed metal, e ai de quem ousasse confundir um com o outro.

Scorpions
Atitude empoeirada do rock clássicoFoto: Ralf Strathmann

Com a chegada da dinastia do pop, esses tantos esforços de categorização por parte da crítica, recebida de braços abertos por fãs desesperados em busca de algo com que se orientar e por bandas que tentavam se distinguir do resto, foram guardados indistintamente num enorme saco empoeirado.

Só assim é que se pode explicar a participação de Billy Corgan no novo disco dos Scorpions (ouça "The Cross"). Corgan era o mentor dos Smashing Pumpkins, banda que é parte fundamental da trilha sonora obrigatória dos anos 90 e que, de certa forma, encabeçou uma geração de bandas que se empenharam em renovar a energia e a atitude do rock, fazendo exatamente com que bandas como os Scorpions soassem cansadas e envelhecidas.

À caça do público

Para o novo álbum, a banda trabalhou por quatro meses num estúdio em Los Angeles com o renomado produtor americano Desmond Child, que já poliu o som de bandas como Aerosmith, Bon Jovi, Alice Cooper, Kiss e Meat Loaf. Ou seja, nada de novo.

Scorpions Cover Humanity Hour 1
Capa de 'Humanity – Hour 1'

Mas a banda se defende: "Alcançamos praticamente tudo com que uma banda de hard-rock só pode sonhar. Emplacamos hits internacionais, tocamos nos maiores festivais e conquistamos até o mercado dos EUA. Seria fácil se aposentar e colher os frutos desse trabalho pelo resto da vida", confessa Klaus Meine.

O que eles querem é tocar ao vivo. Para obter o contato com um público que os espera de ouvidos abertos, eles viajam o mundo, da Alemanha à Tailândia e à Terra do Fogo. Os Scorpions estão prestes a embarcar na turnê mundial Humanity Worldtour 2007/2008, com passagens previstas inclusive pela América do Sul.

Para concorrer a um exemplar do novo disco do Scorpions, envie um email para feedback.brazil@dw-world.de até 15/07 com o nome da banda como assunto. Não esqueça de enviar seu nome e endereço completos!