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Scholz: Ucrânia não aceitará uma ditadura russa

8 de maio de 2022

Chanceler federal alemão diz que Moscou não vencerá a guerra na Ucrânia e detalha os princípios que orientam a atuação da Alemanha no tema. Celebração do aniversário do fim da Segunda Guerra foi ofuscada pelo conflito.

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Olaf Scholz
Scholz: "A liberdade e a segurança vencerão, assim como a liberdade e a segurança triunfaram sobre a servidão, a violência e a ditadura há 77 anos"Foto: Britta Pedersen/AFP

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, afirmou neste domingo (08/05) que não haverá "paz sob uma ditadura russa" na Ucrânia, em um discurso para marcar o 77º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.

"A Ucrânia não aceitaria isso e nós tampouco", disse Scholz em discurso transmitido pela TV alemã. O chanceler federal afirmou também estar "profundamente convencido" de que o presidente russo, Vladimir Putin, não vencerá a guerra, iniciada em 24 de fevereiro.

"A Ucrânia irá prevalecer. A liberdade e a segurança vencerão, assim como a liberdade e a segurança triunfaram sobre a servidão, a violência e a ditadura há 77 anos", acrescentou.

Scholz também lembrou como russos e ucranianos uma vez lutaram juntos e fizeram grandes sacrifícios para derrotar o "nacional-socialismo assassino" da Alemanha. Mas, agora, "Putin quer subjugar a Ucrânia, destruindo sua cultura e identidade (...) [e] até equipara sua guerra de agressão bárbara com a luta contra o nacional-socialismo. Isso é falsificar a história e é malicioso. É nosso dever afirmar isso claramente", disse.

Princípios da política alemã sobre a guerra

O chanceler federal também detalhou os quatro princípios que orientam a política externa alemã sobre a guerra na Ucrânia.

"Primeiro, nenhuma ação unilateral alemã! O que quer que façamos, coordenamos da maneira mais próxima possível com nossos aliados. (...) Segundo, em tudo o que fazemos, devemos ter o cuidado de manter nossa própria capacidade de defesa (...) Terceiro, não faremos nada que prejudique mais a nós e a nossos parceiros do que à Rússia. E, quarto, não tomaremos nenhuma decisão que faça com que a Otan se torne uma parte beligerante".

Em referência à pressão sobre a Alemanha para acelerar o fim das importações de gás russo, Scholz disse que "não estamos simplesmente fazendo tudo o que pedem de nós". E acrescentou: "Em meu juramento de posse, jurei evitar danos ao povo alemão. Isso inclui proteger nosso país e nossos aliados do perigo."

Uma pesquisa de opinião realizada no final de abril mostrou que 54% dos alemães querem o fim gradual das importações de gás e petróleo russos. Apenas 22% são por uma suspensão imediata, enquanto 19% preferem manter o status quo da dependência alemã dessa fonte de combustível.

Presidente alemão apoia ampliar gasto militar

Também neste domingo, o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, fez um discurso sobre o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, e disse que o país europeu precisa se fortalecer militarmente para defender a democracia liberal de ameaças, fazendo referência à invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Estávamos muito seguros que a paz, a liberdade e a prosperidade eram algo dado", afirmou ele em um congresso em Berlim da DGB, a maior central sindical alemã. "Esta guerra deixa claro para nós, de uma forma brutal, que temos que nos proteger e defender a nossa democracia, interna e externamente."

Steinmeier enfatizou que a defesa da democracia não é um assunto apenas para discursos feitos aos domingos, mas envolve equipar melhor as Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr). "A política externa e a diplomacia também serão necessárias no futuro", disse, para então ressalvar que negociações bem sucedidas só podem ser conduzidas a partir de uma posição de força. "Devemos ter e demonstrar essa vontade de ser forte", disse.

A ampliação do gasto militar, porém, não é uma unanimidade no país. Parte do movimento sindical alemão é crítica à iniciativa e teme que uma corrida armamentista ocorra às custas de investimentos em questões sociais, educação e proteção do clima. 

bl (DW, dpa)