1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Scholz: "Nosso objetivo é evitar uma guerra na Europa"

8 de fevereiro de 2022

Chanceler federal da Alemanha reúne-se em Berlim com os presidentes francês, Emmanuel Macron, e polonês, Andrzej Duda. Na próxima semana, alemão vai a Moscou e a Kiev discutir tensão sobre Ucrânia.

https://p.dw.com/p/46iRn
Scholz fala entre Duda e Macron
Chanceler alemão afirmou que invasão à Ucrânia pela Rússia seria "inaceitável" e teria amplas consequênciasFoto: HANNIBAL HANSCHKE/REUTERS

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, recebeu nesta terça-feira (08/02) em Berlim o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente polonês, Andrzej Duda, para discutir a tensão nas fronteiras da Ucrânia, onde há cerca de 100 mil soldados russos mobilizados.

O encontro ocorreu um dia após Scholz ter se reunido em Washington com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Macron ter ido a Moscou para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o mesmo tema.

O que os líderes disseram?

Após o encontro, Scholz afirmou que os aliados da Otan estavam de acordo sobre a situação atual e quais deveriam ser as consequências se o território e a soberania da Ucrânia fossem violados pela Rússia.

"Nosso objetivo comum é evitar uma guerra na Europa", disse o chanceler federal alemão, ao lado de Duda e Macron. "A mobilização de militares russos na fronteira com a Ucrânia é muito preocupante e a nossa avaliação sobre a situação é muito similar."

Scholz acrescentou que eles também estavam unidos "na nossa postura de que uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia é inaceitável e teria consequências de amplo alcance, politicamente, economicamente e certamente também geoestrategicamente".

O presidente polonês Duda disse que os três países não desistiriam de esforços para destensionar as tensões com Moscou e Kiev. "Temos que encontrar uma solução para evitar a guerra", afirmou. "Esta é atualmente a nossa principal tarefa. Acredito que conseguiremos alcançá-la. Na minha opinião, o mais importante hoje é a unidade e a solidariedade." 

Macron propôs a continuidade de conversas sobre segurança com Moscou para enfatizar a inviolabilidade das fronteiras da Europa. "Devemos juntos encontrar formas e meios de nos engajar em um diálogo exigente com a Rússia", disse.

O presidente francês deseja retomar as conversas de paz no formato Normandia, que reúne França, Alemanha, Rússia e Ucrânia, usado pela primeira vez em 2014 para negociar saídas para os combates no leste da Ucrânia, na qual mais de 14 mil pessoas já morreram.

Os líderes dos quatro países se reuniram pela última vez em Paris em 2019, e devem se encontrar novamente nesta quinta-feira, em Berlim.

Diplomacia intensa

O encontro desta terça ocorreu após Putin dizer a Macron na segunda que a Rússia "não seria a origem de uma escalada".

Mais cedo nesta terça, Macron também se encontrou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que disse que ficaria feliz com passos concretos de Putin para uma desescalada, mas que não "confiava em palavras em geral".

Na segunda-feira, em Washington, Biden e Scholz declararam que a Rússia pagaria um alto preço se invadisse a Ucrânia. Biden garantiu que, nesse cenário, o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia e a Alemanha e já foi concluído, mas ainda não recebeu licença, não entraria em operação.

Scholz não mencionou explicitamente o gasoduto, que há muito tempo é fonte de controvérsia entre Berlim e Washington. Impedir o Nord Stream 2 de entrar em funcionamento seria economicamente prejudicial para a Rússia, mas também causaria problemas de fornecimento de energia para a Alemanha.

Na próxima semana, Scholz viajará para Kiev e Moscou, nos dias 14 e 15 de fevereiro. 

Duda, cujo país faz fronteira com a Ucrânia e Belarus – país aliado de Putin, onde há militares russos mobilizados –, começou recentemente a desempenhar um papel diplomático mais proeminente.

As conversas na capital alemã ocorreram no chamado formato do Triângulo de Weimar, que se realiza entre os líderes dos três países em momentos de crise. 

bl/as (dpa, AFP, Reuters)