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Russa acusada nos EUA de ser espiã admite conspiração

14 de dezembro de 2018

Maria Butina atuava como ativista pró-armas em Washington e se declarou culpada após acordo com promotores que poderia esclarecer influência de Moscou na política americana. Moscou a vê como vítima de caça às bruxas.

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Acusada de ser espiã secreta, a ativista russa pró-armas Maria Butina posa com um rifle em Moscou em 2012
Promotores: a ativista russa pró-armas se infiltrou na NRA e tentou organizar encontros entre agentes russos e TrumpFoto: picture-alliance/dpa/P. Ptitsin

Presa nos Estados Unidos desde julho, Maria Butina, acusada pela Justiça americana de atuar como agente secreta da Rússia, confessou durante uma audiência realizada em Washington na quinta-feira (13/12) ter cometido crimes no país.

A jovem de 30 anos aceitou a acusação feita pelos promotores de conspiração contra os EUA, crime pelo qual pode receber uma pena de cinco anos de prisão. Além disso, a espiã disse que irá colaborar com as autoridades para esclarecer o caso.

Butina admitiu que "procurou estabelecer linhas de comunicação não oficiais com os americanos que tem poder e influência sobre a política dos EUA". A operação teria começado em março de 2015, ainda na Rússia, e terminou em julho deste ano, quando Butina foi presa.

A agente russa se mudou para Washington em agosto de 2016 com um visto de estudante. No entanto, a chegada de Butina ao país alertou as autoridades americanas, que passaram a monitorá-la.

Butina conseguiu acesso a um dos mais poderosos grupos lobistas do Congresso americano, a Associação Nacional do Rifle (NRA). Para a organização, ela se apresentou como uma ativista russa que defendia o direito de portar armas. Butina posou para fotos com diretores da NRA e com integrantes do Partido Republicano.

Segundo a acusação, Butina e seu namorado, o político conservador americano Paul Erikson, usaram seus laços com a NRA para tentar organizar encontros entre os agentes russos e o então candidato presidencial Donald Trump.

O grupo russo de defesa ao direito de posse de armas, usado por Butina para estabelecer uma conexão com a NRA, é financiado em parte por Alexander Torshin, mandatário adjunto do Banco Central da Rússia e que tem laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin.

Butina concordou em cooperar com os investigadores, provavelmente em troca de uma promessa de que ela será deportada para a Rússia.

Moscou retratou Butina como vítima de uma caça às bruxas e afirmou que ela só concordou em se declarar culpada porque "eles a quebraram". Seu advogado disse que a acusação de que Butina estava operando ilegalmente como uma agente estrangeira era um exagero – sua cliente buscava nas reuniões com autoridades russas apenas oportunidades de trabalho e contatos.

O caso de Butina, no entanto, está separado da investigação liderada pelo advogado especial Robert Mueller sobre possíveis intervenções russas na eleição presidencial americana de 2016.

PV/efe/lusa/afp/rtr/ap

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