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Rodrigo Maia é eleito novo presidente da Câmara

14 de julho de 2016

Com a renúncia de Cunha, ex-líder da bancada do DEM é escolhido para assumir "mandato tampão" até fevereiro de 2017. Novo presidente diz que plenário tem que ser pacificado e pede diálogo.

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Rodrigo Maia
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi escolhido nesta quarta-feira (13/07) como o novo presidente da Câmara dos Deputados. Com 285 votos contra 170 de Rogério Rosso (PSD-DF) no segundo turno da votação, Maia vai presidir a casa num "mandato-tampão" até fevereiro de 2017, quando haverá novas eleições.

Filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, Rodrigo Maia está em seu quinto mandato na Câmara dos Deputados. Ex-presidente do Democratas, o parlamentar já foi por duas vezes líder da bancada do partido na Câmara. "Sei que estou pronto para navegar nessa tormenta, que passará. A Câmara, o Congresso e o Brasil são maiores que qualquer crise", afirmou em seu discurso.

Para que fosse eleito já no primeiro turno, o candidato teria que alcançar a maioria absoluta de 257 votos. Maia obteve 120 votos e Rosso, 106. A votação de segundo turno foi iniciada uma hora depois, com novos discursos dos candidatos.

"Temos que pacificar esse plenário. Essa casa precisa de diálogo", afirmou Maia. "Quem quer calar a oposição não quer democracia. Nós queremos uma oposição forte no nosso governo."

"Quem vai recuperar o Brasil e de onde sairão as soluções será dessa casa. Será um projeto difícil e cada um de nós terá que ter a responsabilidade de recuperar isso", disse o novo presidente da Câmara.

Deputado federal desde 2007, Rosso é advogado e ocupou cargos públicos no governo do Distrito Federal na gestão de Joaquim Roriz. Em 2010, foi escolhido governador em eleição indireta da Câmara Legislativa do DF para um mandato tampão após a saída do ex-governador José Roberto Arruda.

Líder do PSD na Câmara, Rosso, que é aliado de Cunha, presidiu a Comissão do Impeachment que analisou a denúncia contra a presidente afastada Dilma Rousseff na casa. "Cumprir a Constituição não é golpe e é isso que temos de fazer", declarou em seu discurso.

Sucessão

A eleição para a escolher o sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo na semana passada, teve 14 deputados na disputa. Durante seu discurso, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) anunciou a retirada de sua candidatura e apoio do seu partido a Rosso.

Cunha foi afastado da Câmara por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de tentar influenciar as investigações da Operação Lava Jato. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara adiou para esta quinta-feira um recurso de Cunha contra seu processo de cassação no Conselho de Ética, acusado de ter mentido à CPI da Petrobras sobre a propriedade de contas no exterior.

Em discurso de despedida, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, disse que deixa a presidência sem mágoas e rancores e com consciência tranquila. O deputado ressaltou que vai continuar no exercício da 1ª vice-presidência e desejou sucesso ao próximo presidente da Câmara.

A votação foi secreta e por meio de urnas eletrônicas específicas. Antes, cada um dos 14 candidatos teve dez minutos para fazer um discurso e pedir o voto dos colegas.

Os parlamentares destacaram os desafios da Câmara nos próximos meses diante da crise política, pregaram a valorização do Legislativo e prometeram mudar a imagem da casa.

Confira como ficou a primeira votação entre os 13 candidatos remanescentes:

Rodrigo Maia (DEM-RJ): 120 votos

Rogério Rosso (PSD-DF): 106

Marcelo Castro (PMDB-PI): 70

Giacobo (PR-PR): 59

Esperidião Amin (PP-SC): 36

Luiza Erundina (PSOL-SP): 22

Fábio Ramalho (PMDB-MG): 18

Orlando Silva (PCdoB-SP): 16

Cristiane Brasil (PTB-RJ): 13

Carlos Henrique Gaguim (PTN-RO): 13

Carlos Manato (Solidariedade-ES): 10

Miro Teixeira (Rede-RJ): 6

Evair Vieira de Melo (PV-ES): 5

KG/ABr/ots