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Zelaya retorna

22 de setembro de 2009

Europa e EUA apelam por solução pacífica para crise de governo em Honduras. Especialistas consideram difícil avaliar de que lado está a maioria dos hondurenhos.

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Manuel Zelaya, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, fala a seus adeptosFoto: AP

A União Europeia (UE) apelou por uma negociação pacífica para a atual crise em Honduras após regresso do presidente Zelaya a Tegucigalpa. "A União Europeia pede que todas as partes envolvidas desistam de qualquer atitude que possa aumentar a tensão e a violência", diz um comunicado da UE.

Por outro lado, a comunidade confirmou seu apoio à Organização dos Estados Americanos (OEA) na busca de uma solução negociada para a crise.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, apelou por moderação em Honduras, um país aliado de Washington nos conflitos ocorridos na América Central durante a Guerra Fria. "Ambas as partes têm simpatizantes,que precisam mostrar-se contidos e cuidadosos em suas ações nos próximos dias", declarou ela, após um encontro com o presidente costa-riquenho, Oscar Arias, em Nova York.

A tentativa de mediação do conflito empreendida pela Costa Rica não surtiu efeito até agora. Clinton apelou pelo empenho de ambas as partes, a fim de que encontrem entre si uma solução para a crise de governo.

"Seria um momento histórico reverter um golpe de Estado na América Latina"

Manuel Zelaya regressou clandestinamente a Tegucigalpa, nesta segunda-feira (21/09), refugiando-se na embaixada do Brasil. Deposto pelos militares em 28 de junho passado e exilado na Nicarágua, Zelaya pediu que a população hondurenha se concentre nas imediações da embaixada brasileira, a fim de lhe demonstrar apoio. Ele também lançou um apelo ao Exército para que "voltem as armas contra os inimigos do povo", afirmando, ao mesmo tempo, que está disposto a dialogar.

Em entrevista à Deutsche Welle, Jeniffer Erazo, colaboradora da Fundação alemã Friedrich Ebert em Tegucigalpa, comentou que a população hondurenha está polarizada. "Nos últimos meses, as forças de resistência contra o golpe de Estado conquistaram muito mais adeptos. Trata-se de pessoas que passaram a defender o restabelecimento da ordem constitucional após as medidas repressivas tomadas pelo governo do presidente Roberto Micheletti", informou Erazo.

"É muito difícil de saber quantos hondurenhos apoiam um [presidente] ou outro", declarou Erazo, acrescentando que é grande a manipulação da maior parte dos órgãos de mídia pelo grupo político que respaldou o golpe.

Mesmo assim, Erazo tem a impressão de que "muitas pessoas estão muito contentes com o regresso de Zelaya". "Seria um momento histórico reverter um golpe de Estado na América Latina", apontou a especialista, acrescentando que todos esperam que a ordem seja restabelecida de forma pacífica.

SL/MB/lusa/rtrla
Revisão: Augusto Valente