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Restrições da pandemia fazem Alemanha bater meta climática

16 de março de 2021

País emitiu no ano passado 8,7% menos gases do efeito estufa do que em 2019, a maior queda anual em três décadas. Cancelamento de voos, fechamento do comércio e home office contribuíram para o resultado.

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Várias faixas de uma estrada sem carros. Pessoas atravessam a rua calmamente
Redução do tráfego contribuiu para redução da emissão de cases de efeito estufaFoto: Robert Michael/dpa/picture alliance

A Alemanha informou nesta terça-feira (16/03) que cumpriu a sua meta de redução de emissões de gases do efeito estufa que havia estabelecido para 2020. O resultado só foi alcançado devido à pandemia da covid-19, que diminuiu a produção da economia e a circulação de pessoas.

O país emitiu no ano passado 40,8% menos carbono do que em 1990, ano de referência para o cálculo, comunicou a Agência Federal do Meio Ambiente (UBA, na sigla em alemão). A meta era reduzir em 40%. 

Segundo a UBA, as emissões alemãs totalizaram 739 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 2020. Isso significa 70 milhões de toneladas a menos do que em 2019, ou 8,7%, a maior queda anual em três décadas. As emissões do setor de energia caíram 14,5% e as do setor de transportes, 11,4%.

Cerca de um terço das reduções pode ser atribuído ao "efeito coronavírus", afirmou a UBA. O cancelamento de voos, o fechamento do comércio e o home office contribuíram para a queda nas emissões nos setores de transporte e energia. A meta não teria sido cumprida sem a pandemia, frisou a agência.

O órgão destacou que os outros dois terços da queda são resultado de políticas ambientais adotadas nos últimos anos, como o maior uso de energias renováveis e a cobrança de uma taxa pela emissão de gás carbônico.

O abrangente pacote de políticas climáticas alemão visa cumprir a ambiciosa meta aprovada pela União Europeia de reduzir em 55% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 em relação aos níveis de 1990.

O plano alemão inclui uma série de políticas, como incentivo às energias renováveis, expansão da infraestrutura de carros elétricos e créditos de carbono. Desde 1º de janeiro deste ano, o governo começou a cobrar 25 euros por tonelada de emissões de dióxido de carbono liberada pelos setores de transporte e aquecimento.

Apesar das estatísticas positivas, tanto a UBA quanto a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, destacaram que a Alemanha tem um longo caminho a seguir para reduzir as emissões.

"Podemos ver que os instrumentos de política climática estão começando a ter efeito, em particular a expansão das energias renováveis e preços do CO2. Mas, sem os bloqueios que colocam restrições à produção e mobilidade, a Alemanha não teria alcançado a meta climática para 2020", afirmou o presidente da UBA, Dirk Messner.

"Catástrofes e crises econômicas não podem substituir uma política climática sensata e uma reestruturação sustentável de nossa economia", completou a ministra do Meio Ambiente.

le/ek (Reuters, DPA, AFP)