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Terrorismo

Relatório diz que autor de ataque em Berlim traficava drogas

16 de janeiro de 2017

Relatório detalhado das atividades de Anis Amri na Alemanha sugere que as autoridades deixaram de considerá-lo perigoso quando ele aparentemente trocou as ideias radicais islâmicas pelo tráfico e consumo de drogas.

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Berlin Anschlag - Fahndungsfoto Anis Amri
O tunisiano Anis AmriFoto: picture-alliance/Bundeskriminalamt

O Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA) elaborou uma detalhada cronologia das atividades do tunisiano Anis Amri, o autor do atentado a um mercado de Natal em Berlim, entre 27 de outubro de 2015 e 14 de dezembro de 2016. Ele foi classificado como perigoso em fevereiro e mantido sobre estreita supervisão, mas teve a vigilância reduzida semanas antes do ataque.

O documento de 18 páginas, divulgado pelas emissoras WDR e NDR e pelo jornal Süddeutsche Zeitung, acrescenta novos detalhes à biografia já conhecida de Amri: além de ter se declarado disposto a executar ataques na Alemanha, ele também reiterou várias vezes que gostaria de retornar à Tunísia.

O documento também mostra que as autoridades alemãs se esforçaram para recolher informações sobre a verdadeira identidade de Amri, que usava até 14 nomes falsos na Alemanha. Elas foram até Túnis, em maio de 2016, e trocaram constantemente informações com autoridades tunisianas e italianas. Amri foi tema de várias reuniões das autoridades de segurança depois de ter sido classificado como perigoso, em fevereiro de 2016.

O relatório mostra que as autoridades consideravam improvável que ele executasse um atentado terrorista. Essa conclusão se baseou em grande parte nos resultados da vigilância a que ele foi submetido, de março a setembro. O tunisiano foi observado e alvo de escutas por espiões.

As escutas mostraram que, inicialmente, ele teria cultivado ideias radicais islâmicas, mas foi aos poucos se afastando dessa influência e passou a se envolver com o tráfico de drogas, até passar a consumir ele próprio cocaína e ecstasy. Amri teria deixado de observar os preceitos islâmicos, como as orações matinais, e não participou de uma importante cerimônia religiosa em setembro. Diante disso, o interesse das autoridades por ele diminuiu.

IP/ard/dpa/afp