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SaúdeReino Unido

Reino Unido libera área interna de restaurantes e viagens

17 de maio de 2021

Após quase cinco meses de restrições, estabelecimentos e companhias aéreas comemoram nova etapa de desconfinamento, mas Boris Johnson pede cautela. Aumento de casos da variante indiana preocupa o governo.

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Fila de pessoas em frente a bar
Jovens fazem fila para entrar em bar na cidade de Sheffield nas primeiras horas desta segundaFoto: Ioannis Alexopoulos/London News Pictures via ZUMA Wire/picture alliance

O Reino Unido deu nesta segunda-feira (17/05) mais um passo para a normalização das atividades econômicas e sociais em seu território, apesar da preocupação de autoridades com a expansão da variante indiana da covid-19 no norte da Inglaterra.

A nova flexibilização permite que bares, restaurantes e hotéis voltem a receber clientes em ambientes internos – as áreas externas já haviam sido reabertas em abril – e autoriza viagens internacionais, embora apenas 12 países e territórios sejam classificados como destinos seguros, sem a necessidade de fazer quarentena no retorno.

As regras em vigor também permitem a reabertura de museus, cinemas, teatros, estádios esportivos e áreas de jogos para crianças, sujeitos a uma lotação máxima, e liberam encontros de pessoas de até seis pessoas de dois lares distintos em espaços fechados, após quase cinco meses de restrições para conter a pandemia.

A exceção é a Irlanda do Norte, que irá decidir sobre a flexibilização das regras nesta quinta-feira.

Johnson pede precaução

Em uma mensagem em vídeo, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu que as pessoas tenham "precaução" na retomada dos contatos sociais e disse que "cada um deve contribuir" para evitar a propagação do vírus.

"Tenha cuidado com os riscos para seus entes queridos, lembre-se que o contato físico, como os abraços, são uma forma direta de transmissão dessa doença. Pense nos riscos, levando em conta, por exemplo, se estão vacinados", disse.

Retomada das viagens

Alguns turistas não perderam tempo, como Keith e Janice Tomsett, um casal de aposentados já vacinados que decidiu viajar à ilha portuguesa de Madeira. Portugal é um dos poucos destinos para os quais não é necessário fazer quarentena na volta ao Reino Unido.

"Depois de 15 meses fechados, isso cai muito bem", disse Keith no aeroporto londrinense de Gatwick antes do embarque.

O presidente da British Airways, Sean Doyle, comemorou a liberação das viagens ao exterior e afirmou à BBC, a partir do aeroporto londrino de Heathrow, que a pandemia "foi dura para nossos funcionários".

 "É fantástico ver outra vez hoje todos os nossos funcionários, que querem receber nossos clientes e estão animados em fazer parte da reconstrução da aviação", disse.

Preocupação com a variante indiana

Com mais de 127 mil mortos na pandemia, o Reino Unido foi o país mais atingindo pela covid-19 na Europa, mas viu sua situação sanitária melhorar após um estrito confinamento durante o inverno e uma ampla campanha de vacinação.

O governo britânico, porém, segue preocupado com os casos provocados pela variante B1.617.2, detectada pela primeira vez na Índia. O número desses casos registrados no Reino Unido mais que dobrou em uma semana, para mais de 1,3 mil nos últimos sete dias.

Uma nova onda de contágio poderá forçar o governo a adotar normas mais rígidas nos locais com alta contaminação, ou colocar em risco a retirada completa das restrições, atualmente prevista para ocorrer no dia 21 de junho.

Para deter a variante, o governo reforçou a testagem nas zonas afetadas e reduziu o intervalo entre as duas doses de vacinação para pessoas com mais de 50 anos, de 12 para 8 semanas.

Mais de 36 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina no Reino Unido, e cerca de 20 milhões já concluíram a imunização, ou cerca de 40% da população adulta. O governo pretende aplicar pelo menos a primeira dose da vacina em todos os adultos até o final de julho.

O comitê científico que aconselha o governo britânico manteve cautela diante da flexibilização das regras iniciada nesta segunda, e alertou que existe uma "possibilidade realista" de que a variante indiana seja até 50% mais contagiosa do que a que surgiu no final de 2020 no Reino Unido, que provocou uma onda de contágios e mortes e deixou o sistema de saúde à beira da saturação.

bl/lf (AFP, AP, EFE)