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Rau em Praga: Pelo "caminho da conciliação" tcheco-alemã

(sm)5 de junho de 2002

Presidente alemão faz apelo para que governo tcheco não encerre a discussão sobre desterro dos alemães dos Sudetos no pós-guerra.

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Presidentes da Alemanha, Johannes Rau (esquerda) e da República Tcheca, Vaclav Havel, em negocição no Castelo de Praga (05/06/02)Foto: AP

Em sua visita à República Tcheca, o chefe de Estado alemão, Johannes Rau, voltou a tocar no assunto mais delicado da política bilateral: a controvérsia em torno do desterro da minoria alemã depois da guerra. Rau lamentou que questões jurídicas estejam em primeiro plano, em detrimento do sofrimento individual. Ele lembrou que o desterro da minoria alemã como conseqüência da Segunda Guerra acabou ocasionando um sofrimento muito maior.

O governo alemão exige a suspensão dos decretos Benes (1945/46) que legitimam o desterro e a expropriação das minorias alemã e húngara em território tcheco. O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, já havia destacado que os decretos Benes representam uma injustiça. Por outro lado, Schröder mostrou-se confiante, lembrando que o ingresso da República Tcheca na União Européia vai contribuir para a solução do conflito tcheco-alemão em torno dos Sudetos.

Políticos tchecos ainda defendem decretos Benes

Apesar de a maioria da população tcheca ser favorável à suspensão, a resistência entre os políticos ainda é grande. O vice-premiê tcheco Vladimir Spidla, que já havia causado indignação ao declarar que a expulsão da minoria alemã funcionou como uma "fonte da paz", voltou a reiterar a legitimidade da expatriação. "A expulsão foi uma solução política a que as pessoas tiveram que recorrer com sangue frio, e com toda a razão", declarou Spidla a um jornal de Praga.

O presidente Havel advertiu os políticos tchecos para a tendência de sacralizar uma atitude política histórica e de torná-la intocável. "Apesar de a reflexão coletiva estar começando com atraso, após décadas de regime comunista, não há por que se esconder do próprio passado", insistiu Havel. "Justamente às vésperas do ingresso da República Tcheca na UE, planejado para 2004, não há razão para temer a verdade e a liberdade", acrescentou ele.