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Protestos violentos tomam conta do Quênia

11 de agosto de 2017

Apoiadores da oposição protestam em várias cidades depois do anúncio oficial de vitória do presidente Uhuru Kenyatta nas eleições. Polícia lança disparos e gás lacrimogêneo contra manifestantes.

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Manifestante protesta com machete na capital NairóbiFoto: Reuters/G. Tomasevic

A Comissão Eleitoral do Quênia confirmou nesta sexta-feira (11/08) que Uhuru Kenyatta foi reeleito presidente do país com 54,27% dos votos, em meio a violentos protestos de apoiadores da oposição. Com o resultado, Kenyatta vai governar o país por mais cinco anos. 

O líder da oposição, Raila Odinga, que não reconhece os resultados oficiais e se autoproclama vencedor, obteve 44,74% dos votos. 

A divulgação gerou protestos violentos em várias cidades. A polícia queniana dispersa os milhares de manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de arma de fogo. Segundo testemunhas, a situação na capital Nairóbi é caótica, com lançamentos de pedras e incêndio de pneus.

As eleições presidencias quenianas foram realizadas na terça-feira. Após a divulgação de resultados preliminares dando a vitória ao atual presidente, vários incidentes violentos foram registrados no país. 

O motivo foi a denúncia de Odinga de que o governo fraudou o sistema eletrônico de contagem de votos para conferir 11 pontos de vantagem a Kenyatta. Ao menos seis pessoas foram mortas em incidentes violentos. A polícia também lançou bombas de gás lacrimogêneo e deu tiros ao ar contra manifestantes que montaram barricadas em algumas cidades. 

Presidente pede calma

Em resposta às acusações da oposição, a Comissão Eleitoral do Quênia afirmou que o sistema informático de contagem de votos não foi comprometido "nem antes, nem durante, nem depois" da eleição. 

Já a oposição, que perdeu as duas últimas eleições presidenciais em 2007 e 2013, disse que não reconhece o resultado. "Trouxemos várias preocupações e eles não nos deram resposta", afirmou Musalia Mudavadi, um dos representantes da coligação opositora Super Aliança Nacional (Nasa, na sigla em inglês). 

Nas eleições presidencias de 2007, o Quênia mergulhou em dois meses de violência que deixaram mais de 1.100 mortos e 600 mil deslocados depois de Odinga, que é ex-prisioneiro político e filho do primeiro vice-presidente do Quênia, ter rejeitado os resultados da eleição presidencial, alegando fraude.

Kenyatta pediu que apoiadores da oposição evitem uma repetição do cenário pós-eleitoral de 2007. "Nós vimos os resultados da violência política e eu estou certo de que nenhum queniano queira voltar para aqueles dias", declarou. 

KG/efe/ap/lusa