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Profetizar a economia

30 de dezembro de 2009

As previsões de crescimento da economia alemã para 2009 variaram bastante. Embora seja difícil de prever a conjuntura com antecedência, economistas continuam tentando transformar incontáveis dados numa imagem do futuro.

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Foto: DW-TV

Basta dois economistas estarem no mesmo espaço para surgirem duas ou três opiniões diferentes, disse certa vez o premiê inglês Winston Churchill. O ano de 2009 confirma essa máxima. Os analistas econômicos fizeram inúmeros prognósticos sobre a conjuntura e, pouco antes de o ano acabar, agora seria uma oportunidade de resgatar as previsões passadas.

"A situação de partida de 2009 indica, em suma, um crescimento de apenas 0,2% do PIB", apontava no início do ano uma previsão. "No todo, prevê-se que o PIB será reduzido em 6% em 2009", dizia uma outra.

Um aumento mínimo de 0,2% se transforma numa queda de 6%. Ambos os prognósticos provêm de importantes institutos de pesquisa econômica da Alemanha, mas entre um e outro transcorreram alguns meses de crise. E assim a expectativa se inverteu.

No último trimestre de 2008, Udo Ludwig, professor universitário de Halle, havia previsto um crescimento econômico mínimo. Posteriormente, os analistas de conjuntura foram apresentando prognósticos cada vez mais pessimistas, até que – em abril – Kai Carstensen, do instituto IFO, de Munique, anunciou uma queda de 6% do PIB.

Difícil de prever a conjuntura

Quanto ao mercado de trabalho, as previsões também variaram. Neste âmbito, no entanto, a surpresa foi mais positiva do que no caso do produto interno bruto. Afinal, graças a medidas como a redução da jornada de trabalho, programas de conjuntura e o bônus para sucateamento de veículos, a média anual de desempregados na Alemanha ficou bem abaixo das marca profetizada de 3,7 a 3,8 milhões.

Os métodos dos prognósticos econômicos também variam. Embora todos os institutos de pesquisa tenham como objeto a mesma economia, a alemã, cada um dispõe de fórmulas de cálculo próprias, a fim de canalizar incontáveis dados esparsos em uma previsão significativa.

Mas nunca se pode garantir que um prognóstico realmente se concretize, admite Klaus Zimmermann, diretor do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW). Para ele, isso diz respeito a todos os institutos. "Não é um problema do ofício, nem da ciência; o problema é que o fenômeno conjuntura não pode ser prognosticado com muita antecedência", afirma ele.

Para 2010, consenso sobre crescimento modesto

Mesmo assim, todos procuram fazer uma previsão orientando-se por algum número. O DIW é o maior instituto de pesquisa econômica da Alemanha, mesmo que não participe mais da formulação de pareceres para o governo federal alemão. Há dois anos, o governo optou por um grupo de oito outros institutos.

Em sua maioria, estes são centros de pesquisa financiados com verbas públicas – como o Instituto de Economia Internacional, em Kiel; o Instituto de Pesquisa Econômica da Renânia-Vestfália, em Essen; economistas de Viena e Zurique, além da Fundação Hans-Böckler, próxima dos sindicatos. Em 2010, o Ministério alemão da Economia vai recompor o círculo das instituições a emitirem pareceres e prognósticos econômicos.

Para o ano que começa em breve, a expectativa geral é de um crescimento modesto para a economia alemã. Tanto as previsões elaboradas no começo do último trimestre de 2009 quanto os mais recentes pareceres emitidos pelo DIW e pelo Instituto de Economia Internacional de Hamburgo apontam um crescimento de 0,8% a 1,3% do PIB. Segundo as estimativas, o desemprego vai ultrapassar a marca de quatro milhões de pessoas.

Autor: Hendrik Buhrs (sl)
Revisão: Soraia Vilela