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Presidente do BCE fala em deflação e faz euro cair

2 de janeiro de 2015

Em entrevista a jornal alemão, Mario Draghi diz que compra de títulos de governo faz parte do arsenal de ferramentas do banco para combater a baixa inflação. Em reação, moeda europeia cai a pior nível em quatro anos.

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Foto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst

O euro atingiu seu valor mais baixo frente ao dólar em mais de quatro anos nesta sexta-feira (02/01), depois que o novo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, indicou que o banco poderia comprar títulos de governos em breve para combater a baixa inflação.

Na esteira de comentários de Draghi, o euro chegou a 1,2007 dólar na abertura dos mercados, a cotação mais baixa desde junho de 2010. Depois, se recuperou um pouco e fechou o pregão a 1,2027, valor que não atingia há quatro anos.

Numa entrevista publicada na edição desta sexta-feira do jornal financeiro alemão Handelsblatt, Draghi disse que preparativos para "eventuais medidas adicionais necessárias" estão em curso, e que a compra de títulos de governo faz parte do arsenal de ferramentas do BCE.

Draghi disse ainda que o risco de que o banco não cumpra sua meta de inflação é maior do que era há seis meses. Para os mercados, as palavras de Draghi foram um sinal de que o BCE não vais mais aceitar a baixa inflação.

A inflação na zona euro está agora em 0,3%, nível bem abaixo da meta do BCE, de pouco abaixo de 2%. A autoridade monetária europeia advertiu para a possibilidade de a inflação vir a cair ainda mais neste ano devido à queda do preço do petróleo.

O risco de uma deflação não está descartado completamente, de acordo com Draghi. "Se a inflação permanecer baixa demais por muito tempo, pode ser que as pessoas apostem em preços ainda mais baixos e posterguem seus gastos", disse ao Handelsblatt.

Draghi defendeu a política monetária expansiva do BCE e se disse contra possíveis aumentos da taxa básica de juros. "A estabilidade seria abalada, e isso prejudicaria ainda mais investidores e detentores de poupança. Mantemos os juros baixos para estimular a economia e alcançar uma estabilidade dos preços."

LPF/dpa/rtr/ap