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Repressão síria

20 de junho de 2011

Em discurso transmitido pela TV estatal da Síria, Bashar al-Assad, se diz vítima de sabotagem, mas admite reformas, após um "diálogo nacional". Ministros do Exterior da UE ameaçam reforçar retaliações contra Damasco.

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Bashar al-Assad durante discurso
Bashar al-Assad durante discursoFoto: dapd/Syrian TV

O presidente sírio, Bashar al-Assad, apelou nesta segunda-feira (20/06) para um "diálogo nacional" que pode vir a dar origem a alterações à Constituição, disse Assad num discurso transmitido pela televisão estatal em que ele recusou qualquer abertura em relação a quem "pega em armas".

"Podemos dizer que o diálogo nacional é a palavra de ordem da próxima fase", disse o presidente, ao falar na Universidade de Damasco. "O diálogo nacional pode conduzir a emendas à Constituição ou a uma nova Constituição", acrescentou.

Assad, que enfrenta desde 15 de março uma onda de protestos contra seu governo, disse, por outro lado, que "estão enganados" os que pensam que o regime não pretende aplicar as reformas que prometeu, afirmando "convicção total" no processo de reformas.

Mudanças, só depois de agosto

O chefe de governo sírio afirmou que as mudanças não podem ser decididas com precipitação e propôs que elas sejam avaliadas depois da eleição do novo Parlamento, previstas para agosto.

Referindo-se aos movimentos de protesto contra o regime, Assad afirmou que não há "solução política" para quem pega em armas e que "é dever do Estado julgar os sabotadores". O presidente pediu, ainda, o retorno dos sírios que fugiram do país para a Turquia.

No seu discurso, o terceiro desde o início do movimento de contestação, Assad começou advertindo que não haverá reformas no país "com sabotagem e caos". "Não haverá desenvolvimento sem estabilidade, nem reformas com sabotagem e caos", declarou. Assad afirmou que o país é alvo de uma conspiração e atravessa um momento de transformação. A "conspiração" vai tornar a Síria "mais resistente", disse.

Decepção na UE

Turkish Red Crescent worker are seen in an almost completed new refugee tent camp in Boynuyogun, Turkey, near the Syrian border, Saturday, June 11, 2011. In the Turkish border town of Yayladagi, authorities set up four field hospitals, each with a 10-bed capacity, for emergency cases. Most of the nearly 50 Syrians, who were wounded in clashes in Jisr al-Shugour or elsewhere recently, are being treated at the state hospital in the Turkish city of Hatay.(Foto:Vadim Ghirda/AP/dapd)
Campo de refugiados sírios na TurquiaFoto: dapd

Os ministros do Exterior da União Europeia expressaram nesta segunda-feira decepção pela recusa do presidente sírio em acabar com a repressão, ao mesmo tempo que ameaçaram Damasco com mais sanções.

Durante reunião em Luxemburgo, os ministros do Exterior do bloco assinalaram com possível endurecimento das sanções contra o regime sírio, já que o governo do país não respondeu ao pedido para que acabe imediatamente com a violência e implemente reformas.

"A União Europeia prepara já uma extensão das medidas restritivas com designações adicionais, para alcançar, sem demora, uma mudança fundamental da política da liderança síria", afirma uma resolução divulgada pelos ministros.

A UE já aprovou sanções contra vários membros do regime, incluindo o presidente Assad e seu irmão, Maher, tido como um dos principais instigadores da repressão. Os 27 países da UE apelaram, ainda, para que a Síria possibilite um diálogo nacional amplo e que liberte os detidos nos protestos.

Segundo estimativas de organizações de direitos humanos, desde o início das manifestações, mais de 1,5 mil pessoas foram mortas na Síria.

MD/lusa/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque