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Populismo de direita é "veneno" para sociedade, diz Merkel

24 de janeiro de 2018

No Fórum Econômico Mundial, chanceler federal afirma que Alemanha tenta manter avanço da tendência política sob controle. Chefe de governo também critica políticas protecionistas e isolacionistas.

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Angela Merkel em Davos
Merkel: "Observamos o nacionalismo, o populismo e uma atmosfera polarizada em muitos países"Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Schreiber

No Fórum Econômico Mundial, em Davos, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, teceu duras críticas ao avanço do populismo na Europa e às políticas protecionistas adotadas por muitos países, além de defender uma política externa unificada por parte da União Europeia (UE).

Em discurso nesta quarta-feira (24/01) no evento anual que reúne na Suíça lideranças das áreas da política e dos negócios, Merkel disse que o populismo de direita é um "veneno" para a sociedade, ao ser questionada se teme um crescimento da tendência política na Europa. Ela afirmou que seu governo tenta manter o populismo de direita sob controle na Alemanha.

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Essa tendência, afirmou, surge a partir de problemas não resolvidos. Segundo Merkel, o populismo de direita ganhou força primeiramente durante a crise econômica no continente, quando seu país arcava com grande parte dos custos do resgate financeiro à Grécia, e foi reforçada com a crise migratória de 2015, após mais de um milhão de refugiados chegaram à Europa.

"Observamos o nacionalismo, o populismo e uma atmosfera polarizada em muitos países", disse Merkel.

Nas eleições gerais alemãs em setembro do ano passado, o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistou pela primeira vez cadeiras no Parlamento, enquanto outras legendas com programas políticos semelhantes ganham força em países como França e Holanda.

"Protecionismo não é a resposta"

A chanceler ressaltou ainda que o "protecionismo não é a resposta" para os problemas mundiais. "Achamos que se nos isolarmos, isso não nos levará a um futuro próspero", disse Merkel, um dia antes depresidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegar a Davos para defender sua política de "America first". As medidas agressivas tomadas pelo americano no comércio internacional geram preocupações em muitos de seus parceiros.

Temer em Davos: "Espaço para uma volta atrás é inexistente”

"Não devemos nos isolar dos demais, vamos nos manter em sintonia com o que há de melhor no mundo e trabalhar dentro dessa abordagem multilateral." Ela se juntou a outros líderes mundiais em Davos que defenderam uma ordem internacional liberal em contraponto às políticas protecionistas adotadas pelos EUA.

"Desde os tempos do Império Romano, desde a muralha da China, sabemos que a atitude de nos isolarmos não ajuda", disse, chegando inclusive a relembrar circunstâncias que levaram o mundo a duas guerras mundiais. "Será que de fato aprendemos com a história, ou não aprendemos?", questionou.

Merkel defendeu ainda uma política externa mais forte e unificada na União Europeia. "Precisamos assumir mais nossas responsabilidades, precisamos tomar nosso destino em nossas próprias mãos." 

Ela assegurou a comunidade internacional que, apesar das dificuldades para formar um novo governo em Berlim, seu país vai continuar atuando decisivamente para contribuir na resolução das crises internacionais. "A Alemanha quer ser um país que também faz a sua parte para colaborar com o mundo na resolução dos problemas futuros."

RC/afp/dpa/ap/rtr

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