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Polêmica em comissão que investiga agressões no Ano Novo

17 de março de 2017

Rascunho do relatório final, com duras críticas às autoridades estaduais e ao secretário de Segurança da Renânia do Norte-Vestfália, vaza para a imprensa.

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Mais de mil agressores participaram das agressões em massa ao redor da Catedral de ColôniaFoto: picture-alliance/dpa/M. Boehm

A divulgação pela imprensa do rascunho do relatório da comissão parlamentar que investiga os incidentes ocorridos na noite de Ano Novo de 2015 em Colônia, nesta sexta-feira (17/03), gerou polêmica e críticas de parlamentares do estado da Renânia do Norte-Vestfália.

O rascunho do relatório final, que faz duras críticas às autoridades de segurança estaduais, foi escrito pelo presidente da comissão, deputado Peter Biesenbach, da CDU, que é oposição no estado. O SPD e o Partido Verde, que formam a coalizão de governo, e também o Partido Pirata afirmaram que a versão divulgada é apenas o rascunho inicial e ainda não foi debatida pela comissão. Portanto, as declarações contidas referem-se apenas a posições da CDU, argumentaram.

O documento afirma que as autoridades estaduais poderiam ter evitado os ataques sexuais contra mulheres durante a comemoração do Ano Novo nos arredores da catedral de Colônia. A crítica se dirige principalmente ao secretário de Segurança, Ralf Jäger, do SPD.

Segundo o documento, os erros das autoridades levaram a consequências desastrosas. "Os ataques do Ano Novo 2015/2016 poderiam ter sido evitados em grande parte se uma ação firme tivesse sido tomada logo no início dos ataques. Uma visão geral sobre o que estava acontecendo e forças suficientes estavam faltando para tal procedimento", afirma o texto.

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Segundo o relatório, as autoridades também falharam em levar em consideração experiências de anos anteriores no seu plano operacional. A decisão de reduzir o efetivo policial no estado foi um "erro brusco".

A falha da polícia em intervir teria causado um efeito cascata, uma vez que os agressores perceberam que os agentes não agiram de prontidão, na opinião de um especialista citado no relatório.

O documento também critica a resposta da polícia depois dos incidentes e a classifica como "falsa e enganosa". O posicionamento do governo estadual foi direcionado mais à autodefesa do que ao esclarecimento dos fatos, gerando uma "falta de confiança" no trabalho das autoridades e a uma série de questionamentos sobre o ocorrido.

No dia 31 de dezembro de 2015, ataques sexuais em larga escala ocorreram em várias cidades alemãs, incluindo Colônia, onde cerca de mil homens cercaram, perseguiram, molestaram e roubaram mulheres que participavam das comemorações.

À época, a falta de ação da polícia de Colônia, que demorou até mesmo para admitir a ocorrência de tantas agressões, foi muito criticada. Os crimes também aumentaram a temperatura do debate sobre a entrada de refugiados na Alemanha e a legitimidade da política de boas-vindas da chanceler federal Angela Merkel.

Até o início de dezembro, de acordo com a promotoria, foram processadas 1.222 queixas criminais, das quais 513 se referem à acusação de agressão sexual, incluindo coerção sexual, insulto "de conotação sexual" e estupro, mas apenas 24 homens foram condenados pelos crimes.

KG/afp/dpa/ard