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Policiais acusados de golpe vão a julgamento na Turquia

27 de dezembro de 2016

Processo em Istambul envolve 29 acusados de participarem da tentativa de golpe de Estado contra Erdogan. Sentenças podem variar de sete anos de cadeia à prisão perpétua.

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Türkei Gefängnis Silivri
Penitenciária de Silivri, na Turquia, onde acontece o julgamentoFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Guzel

Começou nesta terça-feira (27/12) em Istambul o julgamento de 29 policiais acusados de envolvimento no golpe militar frustrado de julho na Turquia. O processo é o primeiro na cidade em conexão com o episódio e ocorre em meio a um estado de exceção que já deteve mais de 40 mil pessoas.

Sob um forte esquema de segurança, o juiz Fikret Demir leu as acusações na penitenciária de Silivri, nos arredores de Istambul, onde acontece o julgamento. Alguns policiais são acusados de pertencerem a uma organização terrorista e outros, de desobedecerem ordens de proteger o presidente Recep Tayyip Erdogan.

Dos 29 acusados, 24 estão detidos, um está em fuga e os outros quatro aguardam julgamento em liberdade mediante fiança. Caso condenados, eles poderão receber sentenças que variam de sete anos e meio de cadeia até a prisão perpétua.

"Todos os envolvidos na tentativa de golpe deverão ter um julgamento justo", disse o advogado Orhan Cagri Bekar, líder da Associação 15 de Julho, que representa as vítimas do golpe. "Os culpados deverão ser sentenciados com as penas mais duras porque se trata de uma traição ao país", afirmou. 

A Turquia acusa o clérigo Fethullah Gulen, radicado nos Estados Unidos, de estar por trás do plano de derrubar Erdogan, mas ele nega envolvimento. Na ocasião, soldados usaram tanques de guerra para bloquear vias de Istambul e Ancara em um conflito que deixou 248 mortos, segundo números do governo.

Diversos julgamentos sobre o caso ainda estão previstos para o ano que vem, levantando questões sobre a capacidade de um sistema judiciário sobrecarregado e politizado de realizar julgamentos justos em meio à deterioração do Estado de Direito na Turquia.

IP/afp/ap/rtr