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"Poderia ter sido muito pior", diz sobrevivente em Daca

2 de julho de 2016

Chef argentino Diego Rossini escapou com outros funcionários pelo telhado da cozinha do restaurante alvo de ataque reivindicado pelo EI, na capital Daca. "Por sorte, não havia muitos clientes", afirma.

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Bangladesh
Foto: picture-alliance/AA/Z. H. Chowdhury

Um dos chefs do restaurante onde 20 civis foram mortos em Bangladesh neste sábado (01/07) disse que o número de vítimas poderia ter sido muito maior.

"Foi logo depois das 20h30 [hora local]. Eu estava na área da cozinha de onde saem os pratos. Por sorte, não havia muita gente. Poderia ter sido uma tragédia muito maior", contou o argentino Diego Rossini ao jornal italiano La Reppublica.

Ele e outros funcionários do estabelecimento Holey Artisan Bakery, na capital Daca, conseguiram escapar do ataque subindo no telhado da cozinha.

O cozinheiro italiano Jacopo Bioni, substituía outro chef argentino que está de férias. Ele também escapou pelo telhado. "Eu estava trabalhando na cozinha quando chegou um grupo de amigos italianos que trabalham no setor têxtil, clientes regulares do restaurante", contou. "Acho que eles estão todos mortos."

Ele foi ao salão principal conversar com os clientes e, quando voltou para a cozinha, ouviu gritos e tiros, relata. Os autores do ataque, que seriam jihadistas do grupo "Estado Islâmico" (EI), também atiraram e lançaram granadas em direção aos funcionários da cozinha durante a fuga, conta o cozinheiro.

Estrangeiros como alvo

Rossini conta que eles chegaram com "grandes sacos contendo explosivos, bombas e granadas", assim como lâminas. "Eles entraram gritando Allahu Akbar [Deus é grande, em árabe]."

Segundo o chef argentino, havia duas mesas com clientes italianos, uma com sete e outra com três pessoas, a maioria empresários. Umas das vítimas que ele conhecia vivia há 20 anos em Bangladesh.

Segundo o ministro do Exterior italiano, Paolo Gentiloni, nove corpos foram identificados como sendo de cidadãos do país. O primeiro-ministro Matteo Renzi condenou o ataque, afirmando que a Itália sofreu uma "perda dolorosa".

Rossini diz que os terroristas, com idades entre 20 e 25 anos, miravam em estrangeiros. "A maioria das vítimas é italiana", conta. "Os terroristas sabem que ganham visibilidade com estrangeiros. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, isso iria acontecer e, por isso, eu já tinha planejado minha fuga. Eu sairia pelo telhado. E então seria salvo.''

O EI reivindicou a autoria do ataque. Além dos 20 reféns, seis terroristas e dois policiais foram mortos. De acordo com a autoridades, 13 reféns foram resgatados e 26 pessoas ficaram feridas. Mais de 100 militares e agentes das forças de segurança participaram da operação para libertar os reféns.

KG/dpa/ots