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Combate às pombas

Itzel Zúñiga (ak)14 de novembro de 2007

Diante de tentativas frustradas de banir estes animais que tomam conta de cidades alemãs, especialistas buscam novas soluções. E outros estudam o comportamento humano com ajuda das pombas.

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O que fazer com elas?Foto: AP

Em muitos locais, a imagem pitoresca de dezenas de pombas que vivem em praças e igrejas ficou para trás. O crescimento desordenado da população destas aves tem se tornado um problema que atinge tanto cidades grandes quanto povoados; o mesmo acontece na Europa e em toda a América.

De todas as formas, até mesmo as mais cruéis, tem-se tentado eliminá-las ou ao menos diminuir seu número: redes, armadilhas, envenenamento e até caça com águias e falcões.

As pombas são acusadas de invadir e destruir edifícios históricos com as toxinas de seus dejetos orgânicos, de obstruir bueiros e canais de ventilação, de ser portadoras de fungos e parasitas, além de transmitir uma grave enfermidade das vias respiratórias.

Tema de debate

Para encontrar propostas mais humanitárias, o ZMU, centro interdisciplinar de estudos ambientais da Universidade de Duisburg-Essen, está incentivando funcionários, pesquisadores e protetores de animais a estudar juntos o problema e a criar medidas efetivas.

Apesar de lamentar que as tentativas até agora tenham fracassado, Lars Düster, especialista em temas ambientais, se mostrou otimista com um projeto já implementado em 35 cidades alemãs. Além de construir pombais para alojar estas aves, elas são alimentadas com um preparado biológico que diminui a corrosão de seus excrementos. E logo que elas se aninham, os ovos são substituídos por peças de gesso.

"Desta forma, será detido o crescimento excessivo e também diminuirá a produção de fezes", explicou Stepanie Elsner, da organização alemã "Gente pelos Direitos dos Animais".

S-Bahn Streik in Stuttgart
Muitas pombas são abandonadas pela sociedade, que antes gostava de alimentá-lasFoto: AP

O plano parece ter outras vantagens. Voluntários e desempregados se ocuparão do tema das chamadas "ratas com asas", por meio de medidas qualificadas. Patrocinadores e organizações de proteção aos animais, entre outros, também estão apoiando de diversas formas.

Em Aachen, onde desde 1995 se matavam as pombas, surgem hoje os primeiros resultados deste novo projeto. A prefeitura desta cidade no oeste da Alemanha financiou oito pombais e há planos de construir outros. No ano passado foram recolhidos 4 mil ovos de pombas.

Seres humanos e pombas têm algo em comum

Segundo o psicólogo Tobias Kalenscher da Universidade Ruhr, de Bochum, o ditado "mais vale um pássaro na mão do que dois voando" também se aplica às pombas. Junto com um grupo de colegas neozelandeses, Kalenscher estudou o comportamento das pombas, comparando-o com o dos seres humanos.

Para isso, colocaram em uma gaiola dois recipientes com alimento para aves. Ao bicar em um, a comida aparecia imediatamente, mesmo que em menor quantidade, enquanto no outro se obtia ração em dobro, mas depois de um certo tempo. Os animais aprenderam a escolher o "rápido e seguro".

Desta maneira, a equipe de investigadores descobriu que este comportamento se deve à ativação de certos neurônios no momento de tomar decisões como essa.

O mais importante, no entanto, foi identificar que nas pessoas acontece exatamente o mesmo processo mental: se forem oferecidos a pessoas escolhidas de forma aleatória 10 mil euros à vista ou 100 mil euros em dez anos, a primeira opção é escolhida com maior freqüência.

Esta descoberta, no futuro, "servirá para compreender as causas de enfermidades como o dependência de drogas ou do jogo", explicou Kalenscher.