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Pesquisa detecta possível causa da enxaqueca

Mechtild Greten (rb)13 de setembro de 2005

Boa notícia para quem sofre da doença: cientistas das universidades de Bonn, Kiel e Colônia isolaram o gene responsável pela enxaqueca em adultos e crianças. Descoberta pode ajudar a criar medicamentos mais eficazes.

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Esperança no combate à doençaFoto: dap

Tudo começa com um distúrbio na visão. Logo vêm as dores insuportáveis e a hipersensibilidade à luz. Qualquer movimento com a cabeça pode provocar náusea e até as atividades diárias mais banais tornam-se um verdadeiro martírio. Os ataques de enxaqueca, que podem acontecer várias vezes durante a semana, vêm e vão, em muitos casos sem que o paciente descubra o motivo.

Milhões de adultos e crianças no mundo todo sofrem de enxaqueca. Na Alemanha, o problema atinge 14 milhões de pessoas. Não se trata de uma doença recente, pois os sintomas da enfermidade já foram descritos na Grécia Antiga. Os motivos mais comuns para as crises são fatores como estresse, certos tipos de alimentos, falta ou excesso de sono e variações meteorológicas.

Descoberta fundamental

Mann mit Depressionen
Alemanha tem 14 milhões de atingidosFoto: Bilderbox

A recente descoberta feita por uma equipe internacional de pesquisadores prova que a causa da enxaqueca é um defeito genético. Na pesquisa, foram observadas durante quatro anos 45 famílias em que alguns membros sofrem da doença. Através de exames de sangue, os pesquisadores podem ter chegado à raiz do problema: as diferenças no cromossomo 1 detectadas nos genes dos afetados pela enxaqueca.

Todos os examinados mostraram uma alteração genética. Já se sabe há muito que a enxaqueca é um problema que atinge várias pessoas de uma mesma família, o que remetia a prováveis distúrbios herdados geneticamente. Os pesquisadores alemães detectaram agora modificações nos genes dos afetados. Modificações estas que surtem efeitos na susceptibilidade das células nervosas, provocando, desta forma, um colapso no funcionamento dos neurotransmissores.

Tratamento eficaz no futuro

Graças a estas informações, os pesquisadores esperam poder desenvolver medicamentos que combatam o problema em sua raiz, sem causar efeitos colaterais. Sua meta é desenvolver meios para evitar o "descontrole" das células nervosas.

"Pode ser que os resultados da nossa pesquisa venham a significar, em um futuro longínquo, a produção de medicamentos que livrem os pacientes das dores de cabeça", explica Unda Todt, do Instituto de Medicina Genética da Universidade de Bonn.

Apesar de desvendado o mistério, ainda serão necessários muitos anos até que se possa produzir remédios que impeçam o sofrimento de milhões de pessoas.