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Pequim acusa Washington de nova provocação no Mar da China

19 de dezembro de 2015

Sobrevoo de dois aviões militares americanos próximos às ilhas artificiais construídas no ano passado aumentam as tensões na região, reivindicada pelos chineses. Pentágono diz que manobra foi acidental.

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US Air Force B-52 Bomber
Foto: picture alliance/dpa/C. Griffith

A China acusou os Estados Unidos de elevar as tensões no Mar da China Meridional, após o sobrevoo de duas aeronaves militares americanas B-52 a apenas duas milhas náuticas das ilhas construídas artificialmente pelos chineses na região.

Os dois bombardeiros B-52 adentraram o espaço aéreo das ilhas no dia 10 de dezembro, num incidente que Pequim qualificou como uma "grave provocação militar", segundo informou o Ministério chinês da Defesa neste sábado (19/12).

O sobrevoo dos aviões americanos "torna ainda mais complexa e militarizada as condições no Mar da China Meridional", afirmou o Ministério em nota. Segundo a declaração, a base militar chinesa nas ilhas entrou em alerta máximo e emitiu um aviso às aeronaves americanas para que deixassem o espaço aéreo chinês.

Em Washington, o Pentágono declarou que o sobrevoo foi acidental e que a ocorrência será investigada.

Os chineses reivindicam a soberania sobre o Mar da China Meridional e construíram no ano passado sete ilhas artificiais sobre recifes, no intuito de exercer controle sobre a região, rica em recursos naturais. O território marítimo também é contestado por países vizinhos à China, como o Vietnã, Malásia, Filipinas, Taiwan e Brunei.

Washington busca assegurar a liberdade de navegação na região, que abriga uma das principais rotas do comércio marítimo mundial.

Em outubro, um navio destroier que carregava um sistema de mísseis teleguiados navegou próximo às ilhas, desafiando a soberania chinesa. Pequim considerou o episódio como "extremamente irresponsável" por parte dos EUA.

Os americanos dizem que não almejam a soberania sobre a região, e sustentam que, segundo as leis internacionais, a construção das ilhas não garante à China quaisquer direitos sobre o território.

A declaração do Ministério da Defesa afirma que Pequim irá "tomar quaisquer medidas necessárias para salvaguardar a soberania e a segurança nacional chinesa, assim como a paz e a estabilidade na região".

Nos últimos dias, as Forças Armadas chinesas conduziram exercícios militares que envolveram navios de guerra, submarinos e aviões militares, numa demonstração de força que visa assegurar soberania do território marítimo.

RC/afp/ap/dpa/rtr