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Petróleo mais barato

24 de junho de 2011

Devido à crise na Líbia, a Agência Internacional de Energia (AIE) liberou as reservas estratégicas de petróleo de seus Estados-membros. Anúncio fez preço do petróleo cair.

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Reservas devem compensar perda causada por crise líbia
Reservas devem compensar perda causada por crise líbiaFoto: picture alliance/dpa

A Agência Internacional de Energia (AIE) liberou as reservas estratégicas de petróleo de seus Estados-membros devido à crise na Líbia. Pela primeira vez em seis anos, a Alemanha vende parte de seus estoques. A notícia fez cair as cotações de petróleo.

O barril do tipo Brent, do Mar do Norte, caiu nesta sexta-feira (24/06) até 1,5%, chegando aos 105,67 dólares, menor preço das últimas sete semanas, depois de já ter caído mais de 7% no dia anterior. Após ter alcançado na véspera o menor patamar dos últimos três meses, o barril do tipo norte-americano WTI se recuperou ligeiramente, tendo aumentado cerca de 0,2%, para 91,20 dólares.

Mercado receberá 60 milhões de barris

Na luta contra os preços elevados do petróleo e uma iminente escassez do produto, os países industrializados venderão parte de suas reservas estratégicas de petróleo. Sob o comando da Agência Internacional de Energia (AIE), 60 milhões de barris (com 159 litros cada) devem ser colocados no mercado. A agência assessora 28 países industrializados em questões de energia, incluindo a Alemanha.

"Esta é a terceira vez na história da AIE que os países-membros da entidade disponibilizam suas reservas estratégicas de petróleo", disse Nobuo Tanaka, diretor-geral da AIE. A agência justificou a medida, afirmando que os efeitos das perdas produtivas na Líbia sobre o mercado de petróleo se tornaram maiores e que isso poderia ameaçar a frágil recuperação da economia global. Devido à guerra civil na Líbia, deixaram de ser produzidos 132 milhões de barris de petróleo até o final de maio.

Os países-membros da AIE pretendem, segundo a agência, vender diariamente dois milhões de barris durante 30 dias. Metade será fornecida pelos Estados Unidos. A Alemanha venderá, pela primeira vez em seis anos, uma parcela de suas reservas: um total de 4,2 milhões de barris, como anunciou o Ministério da Economia do país.

Críticas de especialistas e da Opep

Para especialistas, a decisão da AIE foi uma surpresa. "É surpreendente que óleo adicional seja agora lançado no mercado", disse o analista do instituto alemão especializado em pesquisas econômicas WeltWirtschaftsInstititut (HWWI), Leon Leschus. "Pois nos EUA e na China, crescem os indícios de uma desaceleração, que também deve desaquecer a demanda por petróleo". Além disso, ele acredita que a Comunidade de Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem reservas suficientes para compensar a escassez de oferta da Líbia.

A medida da AIE foi recebida pela Opep com críticas. "O preço do petróleo não disparou para 150 dólares e não há escassez", disse um representante da Opep dos Estados do Golfo. "Não há razão para fazer isso."

Crise líbia fez combustível ficar mais caro
Crise líbia fez combustível ficar mais caroFoto: picture-alliance/dpa

Reservas dos países industrializados

A AIE foi fundada após a crise do petróleo de 1973 e 1974, quando havia ameaça de diminuição no fornecimento de petróleo do Oriente Médio. As reservas totais de petróleo dos países-membros da AIE, segundo a própria agência, somam 4,1 bilhões de barris. Os estoques devem ser suficientes para cobrir o consumo médio de cada país por cerca de 90 dias, em caso de emergência. Os EUA têm as maiores reservas petrolíferas do mundo, com 727 milhões de barris.

Os depósitos da Alemanha dispõem de entre 20 e 25 milhões de toneladas de petróleo. O país lançou mão de suas reservas de petróleo pela última vez em 2005, quando o furacão Katrina atingiu o Golfo do México, paralisando a produção local e causando um aumento nos preços.

MD/rtr/afp/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque