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"Paz na Síria não diminuiria fluxo de migrantes"

25 de setembro de 2015

Chefe de diplomacia da UE afirma que, mesmo com resolução "milagrosa" da guerra síria, ainda seria preciso combater conflitos, fome e miséria em outras partes do mundo. Crise migratória é "problema europeu", defende.

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Federica Mogherini, chefe de diplomacia da UEFoto: Getty Images/AFP/J. Thys

A chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, afirmou nesta sexta-feira (25/09) que, mesmo que se alcance a paz na Síria, o fluxo de migrantes em direção à Europa não irá cessar.

"Não vamos nos iludir. Hoje, a Síria está numa posição de destaque, com 4 milhões de refugiados no exterior e 8 milhões de deslocados no território sírio. Mas além da Síria há um mundo de guerras, fome e miséria", disse em entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

Dos quase 500 mil requerentes de asilo que chegaram ao sul da Europa pelo Mediterrâneo desde o início deste ano, mais de 182 mil são da Síria.

"Mesmo se, por um milagre, resolvêssemos amanhã o problema na Síria, a Líbia continuaria sendo um corredor aberto e sem controle para a Europa, pelo menos até que consigamos reconstruir um Estado lá. E, além da Líbia, há toda a África", acrescentou Mogherini.

O coordenador regional do Alto Comissariado das Nações Unidas (Acnur), Amin Awad, também disse nesta sexta-feira não esperar que o afluxo de migrantes no continente europeu diminua.

Nesta semana, líderes da UE aprovaram a realocação de 120 mil refugiados entre os países do bloco até 2016. Hungria, República Checa, Eslováquia e Romênia votaram contra, e a Finlândia se absteve.

"Temos que tratar essa questão [dos refugiados] como um problema europeu. Esperamos conseguir fazer isso de forma consensual", disse Mogherini.

KG/dpa/rtr