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Partido Verde da Alemanha aprova acordo de coalizão

6 de dezembro de 2021

Votação interna era um dos últimos obstáculos para formação do governo que vai suceder administração de Angela Merkel. Social-democratas e liberais já aprovaram aliança. Novo governo deve tomar posse na quarta-feira.

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Berlin I Ergebnis der Grünen-Urabstimmung
O Partido Verde foi o terceiro mais votado no pleito de setembro, conquistando 14,8% dos votosFoto: BildFunkMV/imago images

O Partido Verde alemão aprovou nesta segunda-feira (06/12) o acordo de coalizão negociado com o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) para formar o próximo governo da Alemanha.

Em uma reunião, 86% dos membros do Partido Verde que participaram da decisão votaram a favor do acordo. Cerca de 57% dos 125 mil membros do partido votaram, de acordo com o secretário-geral do partido, Michael Kellner.

"Estamos entrando em um novo governo forte, com um ministério forte e com diversidade", disse a colíder da legenda, Annalena Baerbock, que vai assumir o cargo de ministra do Exterior.

A decisão dos verdes deixa o social-democrata Olaf Scholz, atual ministro das Finanças e vice-chanceler federal, sem impedimentos para substituir a chanceler federal Angela Merkel.

Os membros do SPD e do FDP já haviam aprovado o acordo de coalizão, negociado ao longo de dois meses, no fim de semana. Agora, o último passo para oficializar o novo governo é a votação no Bundestag (Parlamento Alemão), que está prevista para esta quarta-feira e que deve ocorrer sem percalços, já que os três partidos detêm a maioria das cadeiras.

Com a aprovação pelo Bundestag, a Alemanha será governada pela primeira vez em nível federal por uma "coalizão semáforo" – em alusão às cores dos partidos social-democrata (vermelho), liberal (amarelo) e verde.

O Partido Verde foi o terceiro mais votado no pleito de setembro, conquistando 14,8% dos votos. Já o SPD foi o mais votado, com 25,7%. Os liberais ficaram em quarto, com 11,5%.

No sistema alemão, um governo que pretenda ser estável precisa contar com mais de 50% dos parlamentares do Bundestag. Como raramente um partido consegue sozinho essa marca, entra a costura de coalizões.

Berlin I Ergebnis der Grünen-Urabstimmung
A cólider dos verdes, Annalena BaerbockFoto: Chris Emil Janßen/imago images

O governo liderado por Scholz terá uma característica inédita em mais de seis décadas: será a primeira vez desde o final dos anos 1950 que um governo alemão será formado por uma coalizão com mais de dois partidos.

Ainda nesta segunda-feira, o SPD anunciou suas indicações de ministros para o novo governo federal.

O partido ficará com as pastas do Trabalho e Social, Saúde, Interior, Defesa, Desenvolvimento, Obras e Habitação, além da Chancelaria Federal.  A pasta da Saúde, vista como crucial em meio à quarta onda de pandemia no país, será ocupada pelo epidemiologista Karl Lauterbach. 

Os verdes terão cinco ministérios (Exterior, Economia e Clima, Agricultura, Família, Meio Ambiente). Os liberais, quatro (Finanças, Transportes e Digitalização, Justiça, Educação).

Os planos da nova coalizão

O acordo de coalizão alcançado pelas lideranças das legendas, de 177 páginas, prevê mudanças significativas na política ambiental da Alemanha, com grandes investimentos em energias renováveis.

O plano também inclui a legalização da maconha e um aumento do salário-mínimo e aborda problemas persistentes do país, como o envelhecimento da população alemã e a escassez de habitações.

Em discurso antes da votação do acordo pelo SPD no último sábado, Scholz afirmou que a pandemia de covid-19 é a tarefa mais importante com que o novo governo terá que lidar, afirmando ser necessário combatê-la com todas as forças.

Na semana passada, Scholz se pronunciou a favor de uma vacinação obrigatória geral e culpou os não vacinados pelo agravamento da crise sanitária na Alemanha. Com a taxa de vacinação praticamente estagnada em 68,8%, o país é assolado pela quarta onda de covid-19, com infecções em alta e alertas para sobrecarga do sistema de saúde.

jps/as (ots, DW, dpa)