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CriminalidadeReino Unido

Parlamentar britânico morre após ser esfaqueado em igreja

15 de outubro de 2021

David Amess, de 69 anos, era membro do Parlamento do Reino Unido desde 1983. Ele foi alvo de um ataque durante um encontro com eleitores no leste da Inglaterra. Suspeito é preso, mas motivação segue desconhecida.

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David Amess
Foto: Chris McAndrew/UK Parliament/AP/picture alliance

O parlamentar britânico David Amess morreu nesta sexta-feira (15/10) após ser esfaqueado várias vezes durante um encontro de rotina com seus eleitores em uma igreja no leste da Inglaterra. Um homem de 25 anos foi preso no local, suspeito de ser o autor do ataque.

A força policial de Essex informou que oficiais foram chamados após relatos de um esfaqueamento na cidade litorânea de Leigh-on-Sea, logo após o meio-dia desta sexta-feira (hora local). Segundo a corporação, "um homem foi preso, e uma faca, recuperada".

"Não estamos procurando mais ninguém em conexão com o incidente e não acreditamos que haja qualquer ameaça ao público em geral", declarou a polícia.

O homem preso, que está sob custódia por suspeita de assassinato, não foi identificado. Os policiais também não informaram uma possível motivação para o ataque. Segundo o jornal Daily Telegraph, o suspeito é um homem de 25 anos de origem somali.

Mais de duas horas depois do incidente, as autoridades comunicaram que o homem de 69 anos ferido no esfaqueamento havia morrido, mas inicialmente não identificaram a vítima como sendo David Amess.

A emissora Sky News e outros veículos da imprensa britânica relataram que o parlamentar do Partido Conservador foi atacado durante uma reunião com eleitores na Igreja Metodista de Belfairs, em uma área residencial de Leigh-on-Sea, no condado de Essex, cerca de 60 quilômetros a leste de Londres.

Imagens aéreas mostraram várias ambulâncias e uma ambulância aérea esperando perto da igreja, onde paramédicos se esforçavam para salvar a vida de Amess.

John Lam, um vereador local, afirmou que Amess não havia sido levado a um hospital mais de duas horas após o ataque, e que a situação era "extremamente séria". A morte foi anunciada momentos depois.

Amess, de 69 anos, era membro do Parlamento britânico desde 1983, primeiro por Basildon e depois por Southend West, que inclui Leigh-on-Sea. Era um integrante muito querido da Casa e ficou mais conhecido por sua incessante campanha para que Southend fosse declarada uma cidade.

Assassinato chocou políticos

Representantes de todo o espectro político britânico expressaram choque e tristeza pela morte de Amess nesta sexta-feira. 

A legisladora conservadora Tracey Crouch disse estar de "coração partido". "Eu poderia escrever resmas sobre como Sir David foi um dos colegas mais gentis, mais compassivos e mais queridos do Parlamento. Mas não consigo. Me sinto mal. Estou perdida", escreveu no Twitter.

 A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, do Partido Nacional Escocês, de centro-esquerda, tuitou: "Representantes eleitos de todo o espectro político estão unidos em tristeza e choque hoje. Em uma democracia, políticos precisam ser acessíveis e abertos ao escrutínio, mas ninguém merece ter sua vida tirada enquanto trabalha e representa seu eleitorado."

Carrie Johnson, mulher do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, descreveu a notícia da morte de Amess como "absolutamente devastadora". "Ele era extremamente gentil e bom. Um grande amante dos animais e um verdadeiro cavalheiro. Isso é completamente injusto. Pensamentos estão com sua esposa e filhos", completou a esposa do premiê.

David Amess deixa a esposa, Julia Arnold, e os cinco filhos do casal, sendo quatro mulheres e um homem.

Polarização eleva temor por violência

Atos de violência contra políticos britânicos são raros, mas as preocupações têm aumentado nos últimos anos em meio à crescente polarização política no país.

Em junho de 2016, a legisladora Jo Cox, do Partido Trabalhista, foi morta a facadas e tiros em seu distrito eleitoral no norte da Inglaterra. Um extremista de direita foi condenado pelo assassinato.

O viúvo dela, Brendan Cox, se manifestou nesta sexta-feira sobre a morte de Amess. "Atacar nossos representantes eleitos é um ataque à democracia em si. Não há desculpas nem justificativas. É tão covarde quanto parece", escreveu ele no Twitter.

"Meus pensamentos e amor estão com a família de David. Eles são tudo o que importa agora. Isso traz tudo de volta. A dor, a perda, mas também quanto amor o público nos deu após a morte de Jo. Espero que possamos fazer o mesmo por David agora", completou Cox.

Parlamentares britânicos são protegidos por policiais armados quando estão dentro do Parlamento. A segurança no local foi reforçada depois que um invasor inspirado no grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) matou um policial a facadas nos portões do prédio em Londres em 2017.

Os políticos, contudo, não costumam contar com tal proteção quando estão em seus distritos eleitorais. Amess havia publicado os horários e locais de suas reuniões públicas com seus eleitores em seu site.

ek (AP, AFP)