1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Papa critica Maduro por descumprir acordos

13 de fevereiro de 2019

Em carta vazada pela imprensa italiana, Francisco evita chamar chavista de presidente da Venezuela e dá resposta dura a mais um pedido de mediação feito por Caracas. Porta-voz não confirma nem nega veracidade do texto.

https://p.dw.com/p/3DLPJ
Papst Franziskus
Papa reiterou ainda "a necessidade de se evitar qualquer forma de derramamento de sangue" na VenezuelaFoto: picture-alliance/AP Photo/G. Borgia

O papa Francisco enviou uma dura resposta a um pedido de mediação feito por Nicolás Maduro. Em carta reproduzida pela imprensa italiana nesta quarta-feira (13/02), o pontífice recordou que, no passado, o Vaticano esteve envolvido em outras tentativas de mediação na Venezuela e que o regime chavista quebrou todos os compromissos estabelecidos.

O documento foi reproduzido pelo jornal Corriere della Sera, que publicou uma foto de parte da carta na qual é possível ler que o documento foi dirigido ao "Excelentíssimo Senhor Nicolás Maduro", sem fazer menção ao título de "presidente da Venezuela", como é de praxe nesses casos.

Segundo o jornal, Francisco lembrou ainda as repetidas tentativas solicitadas por Maduro e realizadas pela Santa Sé nos últimos anos de "encontrar uma saída para a crise venezuelana".

"Infelizmente, todas foram interrompidas porque o que foi estabelecido nas reuniões não foi acompanhado por gestos concretos para implementar os acordos", diz o pontífice na carta, datada de 7 de fevereiro.

O papa continua seu texto dizendo que essas solicitações, que já eram consideradas no passado "indispensáveis para que o diálogo se desenvolva de maneira frutífera e efetiva", bem como "outras que foram acrescentadas como resultado da evolução da situação", são mais necessárias do que nunca.

Além disso, segundo o jornal italiano, o papa reitera "a necessidade de se evitar qualquer forma de derramamento de sangue".

O porta-voz interino do Vaticano, Alessandro Gisotti, não quis comentar, nem desmentir, o que considerou a publicação "de uma carta privada" do papa em um meio de comunicação.

No avião de volta de sua visita aos Emirados Árabes Unidos, o papa Francisco disse: "Para que haja uma mediação, é preciso vontade de ambas as partes. As condições iniciais são claras: que as partes a solicitem. Sempre estamos disponíveis".

Segundo a reportagem, assinada pelo jornalista Massimo Franco, próximo ao pontífice, o papa não se pronuncia na carta sobre o reconhecimento do oposicionista Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, assunto sobre o qual mantém uma posição "prudente".

Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro e, desde então, já foi reconhecido pelos Estados Unidos, Brasil e uma série de países europeus e sul-americanos.

No início de fevereiro, Maduro disse que escreveu ao papa pedindo a sua ajuda e mediação. "Enviei uma carta ao papa Francisco. Disse a ele que estou a serviço da causa de Cristo […] e nesse espírito peço sua ajuda, em um processo de facilitação e reforço do diálogo", afirmou. "Peço ao papa para fazer seus melhores esforços, para colocar sua vontade, para nos ajudar no caminho do diálogo, espero receber uma resposta positiva."

JPS/efe/afp

_______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 
WhatsApp | App | Instagram | Newsletter