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Palestinos incendeiam templo judaico na Cisjordânia

16 de outubro de 2015

Em meio à onda de violência, palestinos arremessam bombas incendiárias em local sagrado para judeus em Nablus e convocam "dia de revolução" contra Israel. Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir a crise.

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Estudantes na Faixa de Gaza fazem manifestação em solidaridade a palestinos que protestam na CisjordâniaFoto: Getty Images/AFP/M. Abed

Dezenas de palestinos jogaram bombas incendiárias num local de culto judaico na Cisjordânia na madrugada desta sexta-feira (16/10), em meio à convocação de um "dia de fúria" contra Israel feita pelo Hamas, após mais de duas semanas de violência intensa.

Forças de segurança palestinas conseguiram apagar o fogo na chamada Tumba de José, localizada na cidade de Nablus, pela manhã. Cerca de cem pessoas teriam invadido o local, segundo o Exército de Israel, que classificou o ataque como "um ato desprezível" de profanação.

Palestinos convocaram uma "sexta-feira de revolução" contra Israel. O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, convocou demonstrações de "raiva e confrontação" em todas as cidades da Cisjordânia para esta sexta-feira.

Forças de segurança israelenses começaram na quarta-feira a instalar postos de controle em bairros de Jerusalém Oriental, e mais de 600 soldados começaram a controlar acessos a bairros árabes da cidade, epicentro da onda de violência que elevou temores de uma nova Intifada.

O atual conflito, o mais grave em anos, foi iniciado em parte pela ira dos palestinos sobre o que eles veem como uma invasão judaica da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, local que também é considerado sagrado pelos judeus. Israel afirma estar mantendo o status quo no complexo religioso.

Ao longo do último mês, oito israelenses foram mortos em ataques perpetrados por palestinos, a maioria por esfaqueamento. Ao mesmo tempo, 31 palestinos foram mortos por forças israelenses, incluindo 14 rotulados como agressores e os demais em conflitos com tropas de Israel, segundo a agência de notícias AP. Já a Reuters contabilizou sete judeus e 32 palestinos mortos.

Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança da ONU fará uma reunião extraordinária nesta sexta-feira para discutir a violência em Israel. Não está prevista uma resolução, mas pode haver a tentativa de fazer com que o conselho emita uma declaração pedindo que ambos os lados cessem a violência, segundo diplomatas citados pela agência de notícias Reuters.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, disse nesta quinta-feira que o secretário-geral Ban Ki-moon aponta que o "aparente uso excessivo de força por forças de segurança israelenses é preocupante e exige uma revisão, uma vez que só serve para agravar a situação, levando a um ciclo vicioso de derramamento de sangue desnecessário".

Os Estados Unidos, aliados de longa data de Israel, costumam barrar declarações do Conselho de Segurança em condenação a ações israelenses contra palestinos, apesar de criticarem ambos os lados. No entanto, o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, disse nesta semana que, ao mesmo tempo em que Israel tem o direito de se proteger, há relatos "do que pode ser considerado uso excessivo da força". Declarações do Conselho de Segurança precisam ser aprovadas por unanimidade.

LPF/ap/rtr/afp