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Coreia do Norte

19 de dezembro de 2011

O chefe de Estado norte-coreano Kim Jong Il morreu e seu sucessor já é conhecido: o filho Kim Jong Un. A troca de poder não irá mudar o destino político do país, opina o articulista da Deutsche Welle Hao Gui.

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O mundo tem um ditador a menos, mas o próximo está provavelmente a postos. Pois depois de Kim, vem Kim. O que era comum em uma dinastia imperial, vemos agora em um país governado por uma ditadura, chamado oficialmente de República Popular Democrática da Coreia. Kim Jong Il sucedera ao pai Kim Il Sung no cargo. Depois da morte daquele, Kim Jong Un, filho de Kim Jong Il e neto de Kim Il Sung, chega agora ao poder. Kim, Kim e outro Kim – um clã, que governa a Coreia do Norte há mais de seis décadas, sem sucessos visíveis.

Do ponto de vista econômico, o país está totalmente debilitado, impossibilitado de sobreviver sem a ajuda internacional, sobretudo da China e da Rússia. Na Coreia do Norte, 24 milhões de pessoas lutam pela mera sobrevivência, em meio à miséria, más colheitas e uma economia dilacerada. O único trunfo que a Coreia do Norte afirma possuir é seu programa nuclear. Um meio eficaz de pressão, com o qual o regime acredita poder debelar os EUA.

Fato é que o país tem se isolado cada vez mais internacionalmente. Até mesmo a China, vista como "o grande irmão", parece irritada nos bastidores, pressionando o regime norte-coreano nas negociações sobre a energia nuclear. Algo que não impressionou o dono do poder, chamado por uma revista alemã de "o louco da bomba". O déspota Kim Jong Il continuou governando de maneira bizarra e inescrupulosa. Enquanto a população de seu país passava fome, o suposto amante de conhaque e vinho desfrutou a vida até o último suspiro.

Kim Jong Un, que nem completou 30 anos, deverá agora suceder ao pai no cargo. O jovem tem grandes desafios pela frente, entre eles uma máquina burocrática gigantesca. O mundo pouco sabe a respeito de seu estilo de governo e seus pontos de vista políticos. Nem mesmo se sabe ao certo em que ano ele nasceu. Esperar um recomeço político, nestas circunstâncias, não seria realista.

Desde que galgou, há um ano, à mais alta esfera do poder, Kim Jong Un permaneceu à sombra de seu pai, sem poder dar provas de suas habilidades políticas. Militares poderosos e lideranças partidárias poderão ter interesse no status do "grande líder". A portas fechadas, o país é governado por defensores de interesses, que são muito pouco conhecidos. Kim, não importa se Jong Il ou Jong Un, é apenas um nome, um culto à personalidade propagado publicamente, e o rosto de um Estado de zumbis, cuja queda já foi diversas vezes proclamada. Mas aqueles declarados mortos vivem mais.

Autor: Hao Gui (sv)
Revisão: Carlos Albuquerque