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ONU acusa Turquia de violar direitos humanos em região curda

11 de março de 2017

Segundo relatório das Nações Unidas, operações do governo contra curdos no sudeste do país levaram à morte de 2 mil pessoas e deslocaram centenas de milhares. Ancara rechaça documento, classificando-o como tendencioso.

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Mesquita destruída na cidade de Sirnak após operações turcas contra curdos, em foto de novembro de 2016
Mesquita destruída na cidade de Sirnak após operações turcas contra curdos, em foto de novembro de 2016Foto: picture alliance/AP Images/C.Alkaya

As Nações Unidas divulgaram um relatório nesta sexta-feira (10/03) acusando a Turquia de ter cometido "numerosas e graves" violações de direitos humanos em suas operações no sudeste do país, região de maioria curda. Os crimes ocorreram entre julho de 2015 e dezembro de 2016.

Segundo a ONU, tais operações provocaram aproximadamente 2 mil mortes, incluindo 1.200 civis, em sua maioria curdos. Durante esses 18 meses, entre 355 mil e 500 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. O relatório ainda afirma que mais de 30 localidades foram totalmente destruídas.

Além das mortes e destruição em massa, o texto menciona crimes como tortura, desaparecimentos, violência sexual contra mulheres, bloqueio de acesso à ajuda humanitária e incitação ao ódio.

O relatório, divulgado em Genebra pela Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, foi baseado em entrevistas com vítimas do conflito, como pessoas deslocadas, além de dados do governo e de organizações de direitos humanos e imagens de satélite, que documentam a destruição.

No texto, o órgão internacional clama para que o governo da Turquia investigue a fundo os crimes, a fim de que os "perpetradores de homicídios sejam levados à Justiça". Também pediu "reparações efetivas para as vítimas e familiares" e o fim do "toque de recolher de 24 horas sem aviso prévio".

O documento foi rechaçado pelas autoridades turcas nesta sexta-feira. "O 'relatório' sobre operações antiterroristas no sudeste é tendencioso, baseado em informações falsas e longe de ser profissional", diz um comunicado divulgado pelo Ministério do Exterior da Turquia. "Não aceitamos o espaço dado no texto à propaganda de uma organização terrorista que se sobrepõe com alegações infundadas."

Os crimes denunciados pelas Nações Unidas ocorreram em meio a uma onda de violência na Turquia depois da suspensão, em julho de 2015, de um cessar-fogo de dois anos entre o governo turco e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo terrorista por Ancara.

EK/efe/dpa/afp/rtr