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SaúdeGlobal

OMS pede doação de vacinas em vez de imunizar crianças

14 de maio de 2021

Após países ricos aprovarem vacinação de adolescentes, entidade sugere que doses sejam doadas ao consórcio Covax para distribuição em regiões de baixa renda, onde nem mesmo profissionais de saúde foram vacinados.

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Homem de máscara, boné e colete ao lado de carregamento com um cartaz escrito "Covax".
Consórcio Covax visa a distribuição igualitária de vacinas contra a covid-19 pelo mundoFoto: Alexander Joe/AP Photo/picture alliance

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta sexta-feira (14/05) que os países ricos considerem doar imunizantes contra a covid-19 a países mais pobres em vez de vacinar crianças.

"Eu entendo por que alguns países querem vacinar suas crianças e adolescentes, mas agora eu os exorto a reconsiderar e, em vez disso, doar vacinas para o Covax", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma reunião virtual em Viena, na Áustria.

Covax Facility é um programa criado pela OMS e parceiros que visa a distribuição igualitária de vacinas contra a covid-19 pelo mundo, favorecendo países mais pobres. Pelo consórcio, o Brasil deverá receber cerca de 42 milhões de doses até o final deste ano.

Ghebreyesus disse que o segundo ano da pandemia provavelmente será mais mortal do que o primeiro, com a Índia se tornando uma grande preocupação.

"Em países de renda baixa e média-baixa, o fornecimento de vacinas contra a covid-19 não tem sido suficiente nem mesmo para imunizar os profissionais da saúde, e os hospitais estão sendo inundados de pessoas que precisam urgentemente de cuidados que salvem vidas", acrescentou.

Na semana passada,o Canadá foi o primeiro país do mundo a aprovar o uso da vacina da Pfizer-Biontech em crianças e adolescentes com mais de 12 anos. No começo desta semana, os Estados Unidos também aprovaram o imunizante para a mesma faixa etária.

Outras vacinas, como a da Moderna, Johnson & Johnson, Coronavac e AstraZeneca-Oxford, só foram aprovadas para adultos até o momento.

Ao todo, quase 1,4 bilhão de doses de vacinas contra a covid-19 foram distribuídas em pelo menos 210 nações, de acordo com contagem da agência de notícias AFP.

No entanto, 44% dessas doses tiveram como destino países de alta renda, que representam 16% da população mundial. Apenas 0,3% das doses foram destinadas aos 29 países de renda mais baixa, responsáveis por 9% da população mundial.

"Salvar vidas e meios de subsistência com uma combinação de medidas de saúde pública e vacinação – não uma ou outra – é a única saída", afirmou Ghebreyesus.

O conselheiro sênior da OMS, Bruce Aylward, disse que a entidade está em contato com os Estados Unidos para analisar o compartilhamento de vacinas com o Covax.

"Eles reconhecem que compartilhar essas doses pode ajudar a garantir um maior impacto geral", disse Aylward durante o evento em Viena. "Eles querem estar prontos quando as doses estiverem prontas. Estamos trabalhando em paralelo", complementou.

le/ek (AFP, Reuters)