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Obama evoca Kennedy em defesa de acordo nuclear

5 de agosto de 2015

No mesmo cenário de discurso histórico de JFK em 1963, presidente inicia campanha para que Congresso americano aprove pacto com Irã. Decisão, afirma, será a mais importante em política externa desde invasão do Iraque.

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Obama American University Rede
Foto: Reuters/J. Ernst

O presidente Barack Obama iniciou nesta quarta-feira (05/08), com um discurso em Washington, o que a imprensa americana trata como o início de uma campanha nas próximas semanas para convencer o Congresso a aprovar o acordo nuclear com o Irã.

Para o discurso, Obama escolheu o mesmo local em que, em 1963, John F. Kennedy defendeu o uso da diplomacia para reduzir a tensão nuclear com a União Soviética – evento tido como um ponto de inflexão na Guerra Fria.

"A rejeição do Congresso a esse acordo deixa apenas uma opção a qualquer governo americano comprometido a evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear: mais uma guerra no Oriente Médio", afirmou Obama na American University de Washington. "O acordo se baseia na mesma tradição de uma diplomacia com princípios sólidos."

Obama corre contra o tempo para convencer o Congresso, atualmente em recesso. O Legislativo tem até o dia 17 de setembro para votar a aprovação do acordo selado no mês passado.

Israel e seus apoiadores em Washington montaram uma campanha para convencer os parlamentares a rejeitar a proposta. Do outro lado, Obama tem se reunido com líderes judeus e políticos na Casa Branca para tentar angariar votos a favor da medida.

Obama American University Rede
Obama: "O acordo se baseia na mesma tradição de uma diplomacia com princípios sólidos"Foto: Reuters/J. Ernst

Os críticos, principalmente a oposição republicana, alegam que o acordo não é capaz de assegurar que o Irã jamais desenvolverá armas nucleares. Eles argumentam que a suspensão das sanções vai apenas contribuir para que o regime dos aiatolás alcance seu objetivo.

Para Obama, o acordo alcançado entre Irã e as seis potências mundiais em 14 de julho é uma das iniciativas mais ousadas de sua passagem na Casa Branca. Como ele disse nesta quarta-feira, é o debate "mais relevante" em política externa nos Estados Unidos desde a decisão de invadir o Iraque.

"Mais de uma década depois, ainda vivemos as consequências de invadir o Iraque", afirmou Obama. "Uma decisão da qual o único beneficiado, ironicamente, foi o Irã."

Obama rebateu as críticas republicanas afirmando que muitas podem ser atribuídas ao "partidarismo precipitado" e espalham falsos temores sobre o acordo. O presidente pediu que a política seja deixada de lado na hora da votação e destacou que o mundo inteiro, com exceção de Israel, é a favor do acordo.

"Se o Congresso rejeitar esse acordo, vamos perder mais que do que apenas as restrições ao programa nuclear iraniano ou as sanções que construímos meticulosamente. Vamos perder algo mais precioso. A credibilidade dos Estados Unidos como um líder da diplomacia. A credibilidade americana como âncora no sistema internacional", declarou Obama.

CN/dpa/afp/ap/rtr