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Obama defende legado em carta de despedida a americanos

5 de janeiro de 2017

Presidente dos EUA ressalta superação da crise econômica, combate ao EI e reforma na Saúde, mas lamenta não ter alcançado medidas de controle de armas de fogo. Obama passa poder a Trump em 20 de janeiro.

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Foto: Getty Images/M. Wilson

Em carta de despedida dirigida aos americanos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira (05/01) as conquistas dos seus oito anos de governo, em meio às promessas de Donald Trump de desmantelar parte desse legado.

Obama, que passará o poder ao magnata no dia 20 de janeiro, começa a carta lembrando os "compatriotas americanos" da grave crise econômica que o país enfrentou em 2009.

"Há oito anos, os Estados Unidos enfrentavam um momento de perigo como nunca tínhamos visto em décadas", afirmou ressaltando que 180 mil soldados americanos estavam mobilizados na época no Iraque e no Afeganistão, e Osama bin Laden, o "cérebro dos piores ataques terroristas em solo americano", continuava foragido.

"Oito anos depois, uma economia que afundava (a um ritmo de) mais de 8% está agora crescendo a mais de 3%", disse o primeiro presidente negro da história do país.

Obama se mostrou orgulhoso por ter reduzido a presença militar americana para 15 mil soldados no Iraque e no Afeganistão e o fato de que terroristas como Bin Laden, ex-líder da rede Al Qaeda, tenham sido "eliminados do campo de batalha".

O presidente americano ressalta também que os EUA impuseram fortes perdas ao grupo "Estado Islâmico" (EI) com o apoio da coalizão formada por mais de 70 países.

Destaques

Na política externa, Obama destacou o acordo nuclear entre o Irã e o G5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha), firmado em julho de 2015, para frear o programa atômico iraniano, a normalização das relações bilaterais entre EUA e Cuba, e o Acordo de Paris contra a mudança climática.

Entre as conquistas na política nacional, o líder democrata enfatizou o Obamacare, reforma na Saúde em vigor desde 2010 que estabelece que todos os cidadãos sejam obrigados a ter um plano de saúde, medida que beneficiou mais de 20 milhões de pessoas.

Nesta quarta, o vice-presidente eleito, Mike Pence, disse que a primeira ação de Trump no poder será derrubar o Obamacare. Em resposta, Obama pediu aos congressistas que tracem uma estratégia para evitar um desmantelamento do sistema.

Fracassos

Entre as falhas da sua gestão, Obama lamentou não ter conseguido aprovar medidas de controle do uso de armas de fogo nos EUA e não ter promovido uma reforma migratória.

"Nosso país é mais forte e mais próspero do que era quando começamos, uma situação que deixarei ao meu sucessor e da qual estou orgulhoso. Servir como presidente foi o privilégio da minha vida. Nossos melhores dias ainda estão por chegar", concluiu.

Obama fará o último discurso como presidente no dia 10 de janeiro em Chicago, onde conheceu a mulher, trabalhou como líder comunitário e iniciou a carreira política.

KG/efe/afp