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O que alemães esperam do FSM

Johannes Beck, enviado a Porto Alegre / lk28 de janeiro de 2005

Mais de 40 organizações alemãs enviaram delegados a Porto Alegre, entre as quais sindicatos, organizações ambientalistas e de ajuda ao desenvolvimento.

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Foto: dpa

Jürgen Reichel, do EED, serviço de ajuda ao desenvolvimento da Igreja Luterana da Alemanha, é, entre os alemães, um dos que melhor conhece o Fórum Social Mundial: é membro do Conselho Internacional responsável pelo conteúdo do evento.

"Esperamos deste Fórum que o pleito, por assim dizer, ocorra na rua, que 150 mil pessoas se reúnam para mostrar o que pensam sobre o fato de regiões inteiras do mundo serem negligenciadas, de direitos serem podados, de programas do Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial impedirem o desenvolvimento social, em vez de fomentá-lo. A estas alturas, as pessoas na base estão conscientes disso", declarou Reichel.

Financiando a presença de africanos

Num gesto contra a exclusão de regiões inteiras, o EED financiou este ano a viagem de vários representantes africanos a Porto Alegre. "Achamos muito importante angariar participantes da África para o Fórum", disse Reichel. "Todos os anos tem sido assim. Com as poucas possibilidades que temos, fomentamos tanto a vinda de organizações africanas, como também de certas pessoas das quais esperamos que levem adiante as propostas em seus países."

Organizações políticas e sindicatos

As fundações ligadas aos partidos políticos encontram-se tradicionalmente entre as delegações que comparecem a Porto Alegre com representação numerosa. Entre elas, a Friedrich Ebert, ligada ao Partido Social Democrata, a Heinrich Böll (Partido Verde) e a Rosa Luxemburg, próxima ao Partido do Socialismo Democrático, com 30 pessoas a maior delegação alemã deste ano. Estas organizações buscam contato com os movimentos sociais em cujo centro se originou o Fórum Social Mundial.

Aos sindicatos, importa igualmente a aproximação aos novos movimentos, com o intuito de reduzir ressalvas mútuas. Mas tem prioridade também a tentativa de estabelecer redes de sindicatos, esclarece Horst Schmitthenner, representante do potente IG Metall. "Por exemplo, entre os grupos de interesse que existem na VW, na Bosch, ou também na indústria do alumínio. Porque muitas medidas julgadas necessárias e implementadas na empresa pela diretoria se fundamentam em condições existentes numa outra fábrica distante, em qualquer outra parte do globo."

Avanço qualitativo

Um dos envolvidos alemães nos preparativos para o Fórum é Philipp Hersel, da organização antiglobalização Attac. Hersel resume da seguinte maneira os progressos feitos pelo evento:

"Antigamente a gente realmente consultava a imprensa e as listas de best-sellers e convidava todos os críticos da globalização que vendiam bem nas livrarias, colocando-os então juntos no pódio para debater. Mas isso agora deu lugar muito mais a preparativos de longo prazo e de orientação estratégica. Este é, na verdade, o grande avanço qualitativo deste Fórum."