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O novo Albatroz

mw11 de dezembro de 2002

Após bater dois recordes mundiais em apenas uma semana, Thomas Rupprath é a grande estrela do Campeonato Europeu de Piscina Curta, em Riesa, até domingo.

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Rupprath, sorridente com a nova marca mundial em GoslarFoto: AP

Com Franziska van Almsick (Franzi) fora da competição, as esperanças alemãs depositam-se sobretudo em Thomas Rupprath. Além de deter três títulos europeus em piscina curta, o nadador de 25 anos coleciona ao todo seis recordes mundiais, dois deles registrados nas últimas duas semanas. No dia 30 de novembro, bateu o dos 50 metros costas (23s23, no Campeonato Alemão de Piscina Curta, em Goslar) e, no domingo passado, o dos 100 metros (50s58, pela Copa do Mundo, em Melbourne).

Em Riesa, no leste alemão, aguarda-se novas façanhas do recordista, também chamado pela imprensa como o novo Albatroz, numa referência ao apelido de Michael Gross, que brilhou nos anos 80. Rupprath nadará três provas individuais (50 e 100 metros costas, além de 100 metros borboleta) e duas de revezamento (4x50m livres e medley).

"Eu estou bem treinado e vou superar a diferença de fuso", diz o atleta, que viajou 30 horas em classe econômica, vindo da Austrália. Some-se ainda que, antes, ele disputou competições nos Estados Unidos e na Alemanha no espaço de apenas três semanas, fazendo sempre vôos intercontinentais.

Atleta modelo

– Medalha de bronze em revezamento na Olimpíada de Sydney, Rupprath desponta ao lado de Franzi como melhor exemplo da recuperação da natação alemã após o fracasso em 2000. O nadador nascido em Neuss, próxima a Düsseldorf, teve de mudar alguns de seus hábitos. Segundo seu treinador, Henning Lambertz, o jovem trocou "sua preguiça nativa" por "ambição e disciplina".

Atual líder da Copa do Mundo de Piscina Curta, que se encerra em janeiro em Berlim, Rupprath tem uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, como sua principal meta. "Ele cumpre todos os requisitos para tal", afirma Ralf Beckmann, treinador-chefe da Federação Alemã de Natação (DSV). "Rupprath é nosso modelo número 1. É espantoso o que o rapaz consegue", acrescenta ele, que assumiu o comando da equipe alemã após o desastre de Sydney.

Velhos e novos talentos

– O novo Albatroz encabeça a representação de 28 nadadores que defendem em Riesa o status alemão de líder da natação européia, desde o Mundial de Fukuoka em 2001. "Todo o mundo já sentiu que houve uma mudança. Não só em nossa apresentação (através de uma só delegação após a reunificação da Alemanha em 1990), mas também no desempenho", comemora Beckmann, que não contará desta vez com a recordista Franzi. Ela optou por um trabalho de longo prazo com vistas ao Mundial de 2003, em Barcelona, e a próxima olimpíada.

Além das duas grandes estrelas, a equipe alemã tem outras menores, igualmente com o peito já medalhado: Hannah Stockbauer, Stev Theloke, Antje Buschschulte e Sandra Völker (por não estar em plena forma, só ficará na reserva da equipe de revezamento em Riesa) são algumas delas. E, segundo Beckmann, desde o sucesso em Fukuoka, a natação voltou a atrair candidatos ao sucesso. "Estamos novamente com a prateleira cheia de novos talentos", revela o treinador, referindo-se à próxima geração de nadadores alemães.

Um dos reforços chama-se Sarah Poewe, de 19 anos. Nascida na África do Sul, a quarta colocada na Olimpíada de Sydney obteve às vésperas do Campeonato Europeu em Riesa licença para nadar pela Alemanha. Poewe, que passou parte de sua infância em Kiel, sagrou-se campeã mundial em piscina curta, há dois anos, nas provas de 50 e 100 metros peito.