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O complexo sistema de transporte público alemão

Karina Gomes
19 de outubro de 2018

Empresas que operam metrô, bondes e ônibus oferecem uma variedade de tickets específicos para cada tipo de viagem. Num país sem catracas, andar sem bilhete pode acabar em multa.

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Passageiros entram num Strassenbahn em ColôniaFoto: picture-alliance/Geisler-Fotopress/C. Hardt

Ao pisar na Alemanha pela primeira vez, é impossível não se confundir na hora de comprar um bilhete para o transporte público. Além de não haver catracas em lugar nenhum, é preciso entender uma série de regras para não comprar a passagem errada e, assim, evitar uma possível multa.

Assim que cheguei, andei por alguns meses de metrô (UBahn) com o ticket errado. Sempre comprava o Kurzstrecke, para trajetos curtos de até quatro estações achando que estava tudo bem, mas se a fiscalização tivesse passado eu poderia ter tido problemas.

Na Alemanha, a rotina no transporte público é sem catracas. Fiscais aparecem sem aviso e multam em até 60 euros quem usa os meios de transporte sem ticket ou com o bilhete errado. Por isso, é importante entender como tudo funciona.

Os tipos de bilhete variam para cada cidade. Em alguns casos, é preciso carimbar o ticket numa máquina nas plataformas ou dentro do metrô e do ônibus. Não carimbar ou carimbar o mesmo ticket duas vezes pode resultar em multa. Em outros casos, basta comprar o ticket, que será válido entre uma e duas horas. Em algumas cidades, é preciso seguir o trajeto num único sentido. Para retornar, é preciso comprar um novo bilhete. 

Máquinas para adquirir os bilhetes estão disponíveis nas plataformas e, quase sempre, dentro do metrô e dos bondes (Strassenbahn). Com exceção das máquinas nas plataformas, as que estão no metrô e bonde dão troco, mas na maior parte dos casos, só aceitam moedas. Quantas vezes não tive que pedir para outros passageiros trocarem uma nota de 10 ou até 20 euros por moedas para que eu pudesse comprar o ticket. Nos ônibus, os bilhetes são vendidos pelos motoristas e não precisam ser carimbados, pois vêm com o nome da estação onde foram comprados.

Os preços variam de acordo com zonas tarifárias. Quanto mais afastado do centro é o seu destino final, mais caro fica o ticket. E há uma variedade: bilhete de 24 horas de duração, semanais e mensais, bilhete para trajetos curtos, tickets normais, que permitem ao passageiro viajar por um determinado período de tempo, tickets para grupos de até cinco pessoas, e tickets com quatro viagens. A partir do momento em que o passageiro carimba na plataforma ou dentro do transporte, o bilhete começa a valer. Nesta coluna , explico como funcionam os trens na Alemanha, que sofrem com muitos atrasos

Por volta da meia-noite, o metrô e os bondes param de funcionar e dão lugar aos ônibus noturnos, sempre identificadas com a letra N e o número da rota. Esse ônibus percorrem uma linha mais extensa, não exatamente igual ao dos ônibus regulares.

Nas plataforma, há quadros informando os horários previstos do metrô, ônibus e bonde nos diferentes dias da semana. Painéis eletrônicos também indicam em quantos minutos o transporte chegará. Tudo para evitar imprevistos e cumprir a sagrada pontualidade alemã.

Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos na área de sustentabilidade e é mestre em Direitos Humanos.