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O Brasil na imprensa alemã (26/05)

26 de maio de 2021

Avanço do garimpo ilegal sobre terras indígenas, aglomeração gerada por Bolsonaro e investigação contra Salles recebem atenção de jornais alemães.

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Ricardo Salles
"É bem possível que Salles também sobreviva politicamente às atuais investigações judiciais", escreve jornalFoto: Marcos Corrêa/PR

Die Süddeutsche Zeitung - Garimpo ilegal destrói terras indígenas no Brasil (26/05)

Os povos indígenas do Norte do Brasil perderam cerca de 200 hectares de floresta para o garimpo ilegal de ouro no primeiro trimestre de 2021, segundo o resultado de um relatório da Hutukara Associação Yanomami.

Se o desmatamento continuar neste ritmo, os yanomami temem um novo recorde em 2021. Em 2020, 500 hectares de Floresta Amazônica foram destruídos em seu território protegido.

A destruição causada pela extração de ouro no território dos yanomami, que está repleto de crateras profundas e acampamentos de garimpeiros, já chega a 2.130 hectares, de acordo com o relatório.

Um juiz do Supremo decidiu que o governo brasileiro deveria fazer todo o possível para garantir a segurança dos territórios indígenas Yanomami e Munduruku.

Handelsblatt – Salles: figura-chave na política ambiental retrógrada do Brasil (25/05)

Três contêineres do Brasil com lâminas de madeira deixaram as autoridades alfandegárias do porto de Savannah (Georgia) desconfiadas em janeiro do ano passado. A madeira era de árvores tropicais protegidas, como ipê e jatobá, e só pode ser exportada com um certificado. E não havia provas de que a madeira vinha de fato de áreas de manejo. Sem problemas: o chefe da autoridade ambiental no estado do Pará apresentou pessoalmente a permissão para a exportação.

Duas semanas depois, seu chefe, o presidente da autoridade ambiental Ibama, assegurou que tais pedidos não se repetiriam no futuro: a pedido da indústria madeireira do estado, ele isentou o setor de quase todas as exigências de licenciamento para exportação. Esta disposição estava em vigor há oito anos, e dificultava os negócios dos contrabandistas de madeira.

O episódio já era conhecido há algum tempo. Mas não teve consequências legais para nenhuma das partes envolvidas. Isso agora mudou: na semana passada, com a permissão de um juiz do Supremo, a polícia federal investigou as contas, escritórios e casas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Nove de seus indicados para o Ibama, incluindo o presidente, foram suspensos por 90 dias. Eles são suspeitos de ajudar e ser cúmplices do contrabando de madeira, lavagem de dinheiro e corrupção.

Movimentos suspeitos foram detectados nas contas do gabinete do ministro. O documento de 62 páginas escrito pelo juiz do tribunal federal se baseia principalmente nas informações fornecidas pelas autoridades alfandegárias dos EUA. A especulação da mídia brasileira é que a cooperação entre as autoridades americanas e o Judiciário brasileiro em questões ambientais ganhou uma nova dinâmica desde a mudança de presidente nos EUA.

Em seus dois anos e meio de mandato, Salles reduziu ou fechou sistematicamente todas as instituições de controle e monitoramento da floresta tropical através de cortes no orçamento e de pessoal. Ele demitiu os chefes da maioria dos departamentos e os substituiu por oficiais militares e policiais de São Paulo sem qualquer ideia sobre a Amazônia. Sob Salles, as ações contra os madeireiros foram interrompidas, e quase nenhuma multa foi imposta.

A Justiça brasileira investiga agora se Salles ajudou de fato os contrabandistas de madeira. Enquanto isso, ele parece ter a proteção do presidente Jair Bolsonaro.

É bem possível que Salles também sobreviva politicamente às atuais investigações judiciais. O procurador-geral nomeado por Bolsonaro tem até agora arquivado todos os casos de corrupção contra a família presidencial e seu círculo.

Spiegel Online – Multa para Bolsonaro (22/05)

Depois de mergulhar na multidão sem máscara, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, foi multado por violar as restrições relacionados ao coronavírus. "A lei é para todos", disse o governador de esquerda do estado do Maranhão, Flávio Dino, no Twitter, na noite de sexta-feira (horário local).

Reuniões de mais de cem pessoas são proibidas no estado, explicou o governador, e as máscaras são obrigatórias. O presidente pode enfrentar agora uma multa do equivalente a entre 300 e 230 mil euros.

O ultradireitista Bolsonaro esteve em uma cerimônia oficial na sexta-feira em Açailândia, a cerca de 500 quilômetros de São Luis, capital do Maranhão, no nordeste do Brasil. Vídeos de sua aparição em sua conta no Twitter o mostram em meio a uma multidão de centenas de pessoas - sem usar máscara.

rpr/lf (ots)