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O Brasil na imprensa alemã (08/04)

8 de abril de 2020

Possível início do fim de Bolsonaro no contexto da crise do coronavírus, assassinato de mais um líder indígena no Maranhão e paralisação da cena cultural brasileira em tempos de covid-19 foram destaques na mídia alemã.

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Jair Bolsonaro
Bolsonaro está com dias contados, diz jornal alemãoFoto: Reuters/U. Marcelino

Die Welt - Destituição de Bolsonaro já começou no Brasil (08/04)

O presidente é apenas um fantoche, os militares estão no comando, e Jair Bolsonaro derrama, politicamente isolado, lágrimas amargas em seu desespero: essas são apenas três especulações a partir dos boatos que circulam atualmente nas redes sociais.

Bolsonaro se superestimou. Enquanto seu grande ídolo Donald Trump já havia começado há muito a gerir a crise do coronavírus, Bolsonaro ainda continuava adotando sua estratégia de minimização da covid-19.

Nesse meio tempo, o  coronavírus chegou a grande parte do país, estádios de futebol estão sendo transformados em hospitais de campanha, e o número de mortes aumentou para 667. O número de infecções por coronavírus oficialmente registradas é de quase 14 mil ‒ e a tendência é de rápido crescimento.

No governo, existe agora uma ruptura entre as forças fundamentalistas em torno da ministra evangélica da Mulher [da Fam[ilia e dos Direitos Humanos], Damares Alves, e funcionários pragmáticos, como Guedes ou Moro, que aparentemente não estão mais dispostos a serem responsabilizados por todas as trapalhadas verbais do presidente e por seus filhos incontroláveis.

Segundo uma pesquisa atual, a maioria dos brasileiros rejeita o afastamento de Bolsonaro neste momento, mas a crise do coronavírus está apenas começando no Brasil.

Deutschlandfunk ‒ Cultura brasileira paralisada (02/04)

Devido às políticas do presidente Bolsonaro, a cena cultural brasileira já corria perigo mortal mesmo antes do coronavírus. O atual fechamento dos palcos para contenção da pandemia agrava dramaticamente a situação.

Metade das peças teatrais brasileiras não puderam mais ser exibidas quando a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo teve que terminar prematuramente, dois dias antes do final ‒ a metrópole de milhões de habitantes fechou, de uma hora para outra, todos os palcos que são de responsabilidade da prefeitura. E são mais de dez: pequeno teatros, sem um elenco fixo de atores e equipado com apenas um mínimo de tecnologia e administração.

A encenação de peças acontece apenas com o financiamento de projetos ou com a ajuda de patrocinadores; além disso, todo o Brasil é uma "cena independente". E ela está sofrendo como nunca antes.

E, no entanto, como os teatros daqui, eles lutam: colocam antigas produções na internet e organizam shows e concertos e até festivais para usuários assistirem no computador.

Die Zeit ‒ Mais um líder indígena assassinado (02/04)

Na Amazônia brasileira, assassinatos de indígenas acontecem com frequência. No estado do Maranhão, aconteceu novamente o assassinato de um líder indígena que lutava contra o desmatamento. A morte de Zezico Rodrigues Guajajara foi confirmada pela Funai. O corpo foi encontrado com ferimentos de bala na entrada de uma aldeia na terra indígena de Arariboia.

O assassinato é o mais recente de uma série de atos de violência contra os povos indígenas na Amazônia brasileira. Nos últimos cinco meses, cinco líderes da etnia Guajajara foram mortos, disse Anna Cavazzini, deputada pelo Partido Verde no Parlamento Europeu.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou já durante a campanha eleitoral que não demarcaria novas terras indígenas, que reduziria as áreas existentes e liberaria seu uso para exploração econômica. Os indígenas reclamam que seu discurso sobre a exploração da riqueza amazônica incentiva lenhadores, garimpeiros e outros invasores a penetrar em suas terras, a desmatar e queimar a Floresta Amazônica.

CA/ots

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