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Barão Vermelho

DW/Agências (ca)25 de março de 2008

Película alemã falada em inglês mostra Manfred von Richthofen, mais conhecido como o Barão Vermelho, como um dos heróis alemães da Primeira Guerra. Num país de poucos ídolos, isto é, no mínimo, uma sensação.

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Matthias Schweighöfer teve que vencer medo de voar para fazer papel do Barão VermelhoFoto: picture-alliance/ dpa

Conhecido como o Barão Vermelho pela cor do avião que pilotava, o barão prussiano Manfred von Richthofen deixou, antes de ser abatido em 21 de abril de 1918, um profícuo balanço de guerra: venceu 80 batalhas aéreas e matou 75 pilotos inimigos em 20 meses.

A recente biografia do Barão Vermelho escrita pelo historiador Joachim Castan também narra um episódio em que o barão pára de atirar contra um piloto inglês com problemas de munição. No solo, o barão cumprimenta o major inglês pela bela luta, aperta-lhe a mão e lhe oferece um cigarro.

Já um mito quando vivo, o Barão Vermelho ficou para a história como um misto de cavalheiro honrado e assassino sangrento. Noventa anos após sua morte, estréia, em 10 de abril próximo, o filme O Barão Vermelho, dirigido por Nikolai Müllerschön, que optou por mostrar um Von Richthofen mais humano, transformando-o assim num dos primeiros heróis alemães de guerra.

No papel do barão está Matthias Schweighöfer, ganhador do prêmio Bambi 2007, o Oscar do cinema alemão, na categoria filme nacional. Para o papel, Schweighöfer teve que vencer, primeiramente, seu medo de voar através de uma terapia, afirmou.

Tímido e cheio de questionamentos

Nachbau des roten Fokker-Dreideckers des Roten Barons
Barão ficou conhecido pela cor do avião que pilotavaFoto: picture-alliance/ dpa

Baseada no livro do historiador Joachim Castan O Barão Vermelho. A história completa de Manfred von Richthofen, lançado no final do ano passado, a produção alemã falada em inglês sobre o corajoso barão prussiano da Primeira Guerra custou 18 milhões de euros – uma superprodução para o cinema alemão.

Atrás da fachada narcisista, a biografia de Castan mostra um Von Richthofen tímido e cheio de questionamentos. O livro também questiona a relação entre guerra e heroísmo.

Sem glorificar a guerra, tanto o livro quanto o filme apresentam um Barão Vermelho mais humano, mais próximo da fama de herói – algo bastante incomum num país de poucas declarações patrióticas como a Alemanha.

"Houve muita relutância histórica e há muitas vozes na Alemanha que ainda dizem que não se deve fazer um filme sobre um herói alemão", afirmou o roteirista e diretor do filme Nikolai Müllerschön, acrescendo que o filme faz uma clara crítica à guerra.

Crescente interesse sobre temas de guerra

Manfred von Richthofen
Barão Vermelho: assassino ou herói?Foto: AP

Em seu avião Fokker DR 1, o Barão Vermelho descobriu que a guerra não é um jogo e que o desejo de uma luta honrada pouco tem a ver com a obrigação de matar o maior número possível de inimigos. Foi assim também que o barão perdeu a vida, poucas semanas antes do fim da Primeira Guerra.

O filme apresenta um herói sensível que se conscientiza da brutalidade da guerra através do amor pela enfermeira Käte, protagonizada pela atriz britânica Lena Headey. O Barão Vermelho traz ainda, como atores coadjuvantes, o alemão Til Schweiger e o inglês Joseph Fiennes.

Assim como A Queda, produção que conta os últimos dias de Hitler, e o recente filme de Tom Cruise sobre a vida de Claus von Stauffenberg, que planejou o atentado contra o ditador, a atual película faz parte de uma série de recentes filmes alemães que denunciam o crescente interesse do país sobre temas de guerra.