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Nenhuma ameaça concreta de atentados na Alemanha

Marion Andrea Strüssmann3 de setembro de 2002

O ministro do Interior, Otto Schily, declarou que não existem indícios de que a Alemanha seja alvo de atentados no dia 11 de setembro. Ele disse que não há motivos reais para se preocupar com a data.

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Ministro alemão do Interior, Otto SchilyFoto: AP

Otto Schily teme que ocorra na Alemanha uma espécie de histeria coletiva, desencadeada pelo medo de possíveis atentados terroristas no país, no dia 11 de setembro, data das tragédias ocorridas nos Estados Unidos em 2001. "É errôneo pensar que possam ocorrer atentados em solo alemão neste dia", disse Schily.

O ministro do Interior admitiu, entretanto, que não se pode descartar totalmente a possibilidade de um atentado na Alemanha, considerado um território de interesse de grupos terroristas, da mesma forma como os Estados Unidos e outros países da Europa.

"Desde o dia 11 de setembro, o perigo de um atentado é grande e nós precisamos ficar bem atentos", frisou Schily, garantindo também que, até o momento, o serviço de segurança alemão não registrou qualquer suspeita concreta de uma provável ação terrorista no país.

Perigo abstrato

Uma porta-voz do Ministério do Interior esclareceu que o perigo de um atentado terrorista na Alemanha é considerado "abstrato". Ou seja, ele existe, embora não seja iminente. A ameaça também não é maior do que nas outras potências européias, como a França e a Inglaterra.

Isto não significa que a Alemanha esteja negligenciando a segurança interna ou tenha diminuído o controle em lugares considerados de alto risco, como aeroportos e embaixadas.

Controle máximo

O aeroporto de Hamburgo, por exemplo, intensificou o controle de bagagens e a vistoria de passageiros. No aeroporto de Frankfurt, considerado a principal porta de entrada e saída da Alemanha, a polícia de fronteira continua agindo de acordo com as medidas de segurança adotadas após os atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos, no ano passado.

Os vôos com destino aos EUA e os embarques em aviões de companhias aéreas inglesas e americanas são controlados com rigor máximo. O número de policiais que circulam pelas dependências do aeroporto de Frankfurt também aumentou de modo considerável.

Dentre os locais classificados pela polícia alemã como os mais suscetíveis a atentados terroristas estão ainda as embaixadas e consulados, especialmente dos EUA, instituições americanas, israelenses e sinagogas. Consequentemente, a vigilância nesses lugares também foi intensificada.

Valor simbólico

Especialistas em segurança ressaltam o valor simbólico do dia 11 de setembro, salientando que a data exerce uma pressão psicológica de medo nas pessoas. Para evitar uma sensação de desamparo coletivo, é importante que a segurança seja redobrada de forma visível. Afinal, os atentados terroristas nos EUA, que vitimaram mais de 3 mil pessoas, também aconteceram sem nenhum aviso prévio.

Estados contribuem com a segurança

A segurança alemã não está apenas a cargo do governo federal. Os Estados também contribuem com a vigilância. Na Baviera, a secretaria do Interior está concentrada em desbaratar atividades de extremistas islâmicos. De acordo com um porta-voz, eles voltaram à ativa na região. A polícia local descobriu vídeos que promovem o recrutamento de novos ativistas e registrou um aumento da coleta de dinheiro.

Correios em alerta

O Correio alemão também não está indiferente aos acontecimentos. Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, a empresa reestruturou sua estratégia interna de segurança. Os funcionários que recebem e os que fazem a distribuição da correspondência proveniente do exterior, especialmente as maiores, como pacotes, receberam instruções especiais para saber como agir em caso de suspeita ou perigo.

O pânico gerado pelo envio de cartas contaminadas com antraz nos Estados Unidos, logo após os atentados, teve reflexo na Alemanha. O Correio recebeu e chegou a distribuir diversas correspondências suspeitas. Felizmente, tudo não passou de um susto. O pó branco encontrado em algumas cartas nada mais era do que fermento em pó. Para evitar novas situações semelhantes, o Correio alemão optou por reformular sua segurança e instruir os funcionários.

Balanço positivo

Otto Schily confia em sua política de segurança. Quase um ano após a tragédia em solo americano, o ministro do Interior garantiu, nesta terça-feira (3/9), que a Alemanha registra um crescimento significativo no terreno da segurança interna.

Os dois pacotes de medidas aprovadas pelo governo, bem como as iniciativas conjuntas em âmbito internacional, contribuem para o fortalecimento da proteção contra o terrorismo e os atos extremistas, frisou Schily.