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Negros enfrentam preconceito e exclusão na UE, diz estudo

28 de novembro de 2018

Um terço da pessoas de ascendência africana que vivem na União Europeia diz ter sido alvo de racismo nos últimos cinco anos, enfrentando problemas com a polícia e na busca por emprego e moradia, por exemplo.

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Controle policial no aeroporto de Hamburgo
Perfilagem discriminatória pela polícia é realidade comum, diz estudo da UEFoto: picture alliance/dpa/M. Scholz

Pessoas negras que vivem na União Europeia (UE) são alvo de racismo e preconceito generalizado em muitas áreas da vida, aponta um relatório publicado nesta quarta-feira (28/11) pelo bloco.

"Quase 20 anos após a adoção de leis proibindo a discriminação na UE, pessoas de ascendência africana enfrentam preconceito generalizado e arraigado e exclusão", afirma Michael O'Flaherty, diretor da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) no relatório Being Black in the EU (Ser negro na UE).

O documento é resultado de entrevistas realizadas em 2015 e 2016 com cerca de 5.800 pessoas de ascendência africana em 12 membros da UE: Alemanha, Áustria, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Portugal, Suécia e Reino Unido.

Quase um terço dos entrevistados disse ter vivenciado algum tipo de racismo nos últimos cinco anos. Do total de entrevistados, 5% foram alvo de um ataque violento, e 10% destes disseram que o agressor foi um policial.

Mais de 60% dos negros que foram alvo de ataques violentos não reportaram os incidentes às autoridades. Muitos afirmaram não confiar na polícia ou ter a impressão de que a denúncia não surtiria efeito algum.

Outro problema é a abordagem policial. Um quarto dos entrevistados disse ter sido parado pela polícia nos últimos anos, e 41% deles acreditam que a abordagem teve um fundo racial.

"A perfilagem discriminatória pela polícia é uma realidade comum", diz o relatório, destacando que a prática é ilegal e mina a confiança na polícia.

O relatório da FRA também analisou a discriminação racial envolvendo emprego, moradia e educação. Mais de um quarto dos entrevistados disse ter enfrentado tratamento injusto em ao menos uma dessas áreas nos últimos cinco anos.

Em relação à moradia, por exemplo, 14% disseram ter sido impedidos pelo proprietário de alugar um imóvel devido à sua origem. Além disso, um quarto dos entrevistados se sentiu descriminado ao buscar emprego.

"Um padrão particularmente inquietante é que indivíduos mais jovens tendem a experimentar mais discriminação e exclusão do que indivíduos mais velhos. Isso torna ainda mais urgente a necessidade de esforços intensificados para promover a plena inclusão de pessoas de ascendência africana na UE", disse O'Flaherty.

A FRA instou os governos da UE a combaterem a discriminação e a perfilagem racial pela polícia, além de garantir que vítimas de abuso possam buscar reparação.

LPF/afp/dw/ots

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