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Negócios e reformas na ONU

(ca)14 de setembro de 2005

Enquanto os negociadores, que discutiam as mudanças no texto da reforma da instituição, chegavam a um magro consenso, encerrava-se, em Nova York, o 10º Fórum de Negócios Internacionais.

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60 anos das Nações UnidasFoto: AP Graphics

Pouco antes de ser aberta a 60ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas na terça-feira (13/09), que tem como pontos fundamentais a reforma da instituição e o combate à miséria, 33 negociadores trabalhavam, em tarefa hercúlea, sobre o pacote de reformas que servirá de base para o relatório final da Assembléia. No último momento, chegou-se a um consenso em forma de um texto de 35 páginas, depois de semanas de negociações.

Do texto original foram excluídos pontos como o desarmamento e a não-proliferação de armas de destruição em massa. Os negociadores também não conseguiram chegar a uma definição do termo "terrorismo" e, cedendo a diversas pressões, foi adiada a reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde os países do G-4, o grupo composto pela Alemanha, Brasil, Índia e Japão, lutam por um assento permanente

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, admite que o texto não atingiu o seu objetivo inicial, porém rejeita a idéia de um fracasso do encontro de cúpula, que reúne mais de 170 chefes de Estado em Nova York. Por outro lado, os Estados Unidos e o Reino Unido se demonstraram satisfeitos com o documento produzido pelos negociadores para a pauta de discussões da ONU.

Negócios na ONU

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A abertura da 60ª sessão da ONUFoto: AP

Enquanto os negociadores lutavam por um consenso sobre a proposta de reforma introduzida por Annan, encerrava-se, em Nova York, o 10º Fórum de Negócios Internacionais, que teve como objetivo a discussão de planos e estratégias, por parte do setor empresarial, com vistas ao cumprimentos das MDG, as assim chamadas metas do milênio, assinadas em 2000 pelos países que compõem a ONU.

Representantes do setor empresarial e governamental de países industrializados e em desenvolvimento encontraram-se para discutir quais as ações práticas que podem ser tomadas pelas empresas para o desenvolvimento das regiões mais pobres do planeta.

O evento foi organizado pelo Pacto Global das Nações Unidas em parceria com o Instituto do Banco Mundial, o Instituto Ethos brasileiro e a alemã InWent (Sociedade para Integração e Desenvolvimento Internacionais), com a ajuda do Ministério alemão de Desenvolvimento e Cooperação Econômica.

Brasil e Alemanha na organização do Fórum

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Brasileiros e alemães organizam o Fórum de NegóciosFoto: Geraldo Hoffman

O Instituo Ethos, um dos organizadores do Fórum, é uma organização brasileira não-governamental, composta de 1025 empresas de diferentes setores e portes, com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. Representantes de empresas como a Natura, o Grupo Pão de Açúcar, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, entre outros, participaram do Fórum.

O 10º Fórum de Negócios Internacionais está este ano sob direção alemã. Thomas Fues, representante do Instituto Alemão para a Política de Desenvolvimento, considera o Fórum uma das poucas exceções positivas da presença internacional alemã. Fues sente falta, entretanto, de contribuições alemãs para o encontro, como a sugestão francesa de taxação de bilhetes aéreos para financiamento de projetos no assim chamado Terceiro Mundo.

Esta criatividade estaria faltanto aos alemães, na opinião de Fues, que também ressalta a falta de consciência social da sociedade alemã como um dos fatores que impedem que o país se prepare para as exigências decorrentes da globalização.