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"Nacionalismo de vacina" representa mais mortes

4 de dezembro de 2020

[Vídeo] Se países compartilhassem as vacinas, priorizando grupos de risco, mais de 60% das mortes poderiam ser evitadas. Mas o monopólio de acesso às vacinas diminui a taxa de sobrevivencia para cerca de 30%.

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É oficial: as vacinas contra covid-19 estão prontas para serem aplicadas. O programa de vacinação do Reino Unido está em andamento. Mas o que acontecerá em escala global? A empresa AstraZeneca prometeu vacinas para até 2 bilhões de pessoas até o final do ano que vem. Mas há dúvidas sobre os métodos de teste. A Pfizer/Biontech e a Moderna afirmam que podem fornecer imunizações suficientes para 1 bilhão de pessoas até 2021. 

O fornecimento de vacinas provavelmente será muito limitado. Pelo menos até o final do ano que vem. Isso ocorre em parte porque os países ricos têm pré-encomendas das vacinas. Por exemplo: EUA, Europa, Reino Unido, Canadá e Japão foram os primeiros a garantir cerca de 80% das vacinas do próximo ano, das pioneiras Pfizer/Biontech e Moderna. 

Especialistas em saúde até criaram um termo para esse estoque: "nacionalismo de vacina". Teme-se que o ‘nacionalismo de vacina’ dos países ricos possa sufocar o suprimento em outros lugares, especialmente em regiões de baixa renda ao redor do mundo. Especialistas em saúde estão alertando para este efeito. Dizem que, para acabar com a pandemia, é preciso uma distribuição mais igualitária no mundo. 

Pesquisadores estimaram o efeito que a distribuição mais igualitária teria nas mortes por covid-19. Se todos os países compartilhassem as vacinas e priorizassem os grupos de risco, mais de 60% das mortes poderiam ser evitadas. Mas se as nações ricas monopolizarem o acesso à vacina, essa taxa cairá para cerca de 30%. Monopolizar o acesso não se trata apenas da quantidade de vacinas que os países reservaram. Outra questão importante é a ordem em que os fabricantes as distribuirão. 

Três organizações mundiais de saúde estão tentando garantir que países de baixa renda não fiquem no final da fila. Eles apoiam um programa chamado COVAX, que fornece acesso igualitário a vacinas em todo o mundo. O objetivo: garantir e distribuir 2 bilhões de doses para países membros até o final de 2021. Quase todos os países do mundo aderiram à iniciativa, incluindo países ricos da UE, como a Alemanha.