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Na Rússia, Steinmeier defende Acordo de Minsk sobre Ucrânia

15 de agosto de 2016

Ministro alemão do Exterior e homólogo russo negociam retomada do processo de paz na Ucrânia, ameaçado por novas tensões na Península da Crimeia. Moscou e Kiev se acusam mutuamente de violações.

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Ministro Frank-Walter Steinmeier (esq.) se reúne com colega de pasta Serguei Lavrov em EcaterimburgoFoto: picture-alliance/dpa/TASS/D. Sorokin

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, declarou nesta segunda-feira (15/08) que o Acordo de Minsk deve ser mantido como a base do processo de paz na Ucrânia, apesar do recente aumento das tensões na Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. A declaração foi feita durante encontro com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, em Ecaterimburgo.

Na semana anterior, o presidente Vladimir Putin acusou a Ucrânia de utilizar táticas terroristas para tentar provocar um novo conflito e desestabilizar a Crimeia. Kiev nega as acusações. Segundo Putin, até o momento não haveria motivo para se realizarem novas negociações sobre o processo de paz na Ucrânia, durante a reunião dos países do G20 em setembro, na China. Essa recusa alimentou os rumores de que Moscou poderá abandonar as conversações.

O ministro russo do Exterior rebateu que seu país cumprirá sua parte, dentro do que ficou estabelecido no Acordo de Minsk. Assinado em fevereiro de 2015, o pacto intermediado pela Alemanha e a França estabelece condições para um cessar-fogo na região.

A Rússia acusou diversas vezes a Ucrânia de não honrar os compromissos assumidos, enquanto Kiev culpa o Kremlin pelo acirramento das tensões no leste ucraniano, com seu apoio a grupos separatistas pró-Rússia.

Lavrov assegurou que seu país fornecerá novas provas de a Ucrânia realizou incursões armadas na Crimeia, numa suposta estratégia para desestabilizar a na península. Contudo o ministro descartou a possibilidade de um corte nas relações diplomáticas entre os dois países.

Cessar-fogos temporários na Síria

Steinmeier pediu que a Rússia trabalhe para permitir o acesso de ajuda humanitária à cidade de Aleppo, na Síria, dividida entre áreas controladas pelo regime e pela oposição. "Acredito que as armas devem ser silenciadas para que a população possa ser abastecida com itens de primeira necessidade", disse o ministro alemão.

Lavrov alegou que grupos rebeldes utilizam os cessar-fogos temporários para se reagrupar e rearmar, o que impederia que as tréguas sejam mantidas por períodos mais longos. Ao mesmo tempo, admitiu que não estão sendo suficientes as tréguas diárias de curta duração, para permitir a entrada de ajuda e a saída de civis das regiões sitiadas. No entanto ele rejeitou o pedido de Steinmeier por tréguas mais prolongadas, pois para tal, "é necessário resolver questões referentes à luta contra os terroristas".

Steinmeier e Lavrov admitem que as tensões na Síria e na Ucrânia abalaram as relações diplomáticas entre seus países. "Estou convencido de que o relacionamento vai se estabilizar mais cedo ou mais tarde", comentou o ministro russo, ressaltando que Berlim é um importante parceiro estratégico de Moscou.

RC/rtr/dpa