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Estratégia conservadora

(sv)4 de setembro de 2008

Alguns dos principais jornais e revistas alemães analisam perfil de Sarah Palin, recém-nomeada candidata à vice-presidência dos EUA ao lado de John McCain.

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McCain e Palin: campanha se afasta do centroFoto: AP

Advogados do cidadão comum

"Ela entoa o trítono tipicamente republicano formado por pátria, valores tradicionais e segurança nacional. E assegura aos delegados uma promessa antiga: declarar guerra à arrogância numa Washington supostamente liberal. [...] A retórica de Palin escapa do script clássico de uma campanha eleitoral. A direita americana ama o papel de outsider. Desde 1980, quando Ronald Reagan venceu as eleições derrotando Jimmy Carter, os republicanos se colocam como os advogados politicamente perseguidos do cidadão comum. Mesmo quando estão no poder, assumem esse papel de dissidentes. Também o presidente George W. Bush gosta de polir sua imagem de underdog e de se fazer de rebel in chief, de revoltado na Casa Branca". (Süddeutsche Zeitung)

Contradições à vista

"O início de Sarah Palin no palco internacional vinha sendo consideravelmente acidentado. Uma revelação atrás da outra ameaçava destruir a bela imagem que ela faz de sim mesma. [...] A mulher de pés no chão enalteceu a guerra do Iraque como missão divina. A política cuidadosa negou apoio a um projeto de moradia para jovens mães menores de idade. A mulher realista rejeita a educação sexual na escola. A advogada da abstinência sexual antes do casamento tem uma filha de 17 anos no quinto mês de gravidez. A defensora da limpeza, que declarou guerra à corrupção em seu estado, é, ela própria, objeto de investigação por causa de abuso do poder público." (Die Welt)

Abismos maiores que nunca

"Depois das convenções que nomearam os candidatos democratas e republicados, fica claro que os abismos entre as diferentes visões de mundo são mais profundos do que nunca. Sarah Palin se apresentou aos delegados entusiasmados da convenção republicana e aos milhões de telespectadores como política lutadora e autoconfiante, que dá a si mesma o rótulo de 'mãezona' comum. Talvez não seja mesmo um acaso o fato de que os dois candidatos republicanos vêm do oeste do país: do Arizona e do Alasca. Do outro lado, entre os democratas, está um senador de Chicago em Illinois e uma vice de Delaware, na costa Atlântica". (Frankfurter Allgemeine Zeitung)

Adeus, centro

"Ele convoca uma ultraconservadora para o posto de vice, aproxima-se dos Bush e se vira para a direita do partido: John McCain coloca em risco sua fama de homem de centro. Assessores isolam o candidato e difamam o adversário com rigor – do mesmo jeito que fizeram, há oito anos, com o próprio McCain. [...] A governadora ultraconservadora do Alasca entusiasma a direita religiosa do partido. Uma vez que essa direita domina na convenção, qualquer menção a seu nome desencadeia ondas de aplausos. Mas o fato de McCain ter oferecido, já na primeira conversa na última quinta-feira, o posto à novata, sem saber muito sobre ela, continua provocando discussões ferrenhas no país". (Der Spiegel)

Big Bang

"Ela é o big bang, o estrondo inicial da convenção republicana. Com Sarah Palin, a governadora de 44 anos do Alasca, começa uma nova cronologia na campanha eleitoral republicana. Ao lado de John McCain, o candidato mais velho à presidência da história norte-americana, surge uma candidata carismática como na cartilha republicana: jovem, lutadora, extremamente conservadora. [...] Palin mencionou em seu discurso ligeiro todas as palavras mágicas. De patriotismo à vitória do Iraque até independência energética e luta por um país íntegro. Melhor do que isso um big bang não poderia soar". (taz, die tageszeitung)