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México e Alemanha surpreendem no ensaio para a Copa

Gabriel Fortes23 de junho de 2005

Latinos e europeus superam favoritismo de rivais, vencem seus grupos na Copa das Confederações, e ganham embalo para a fase decisiva do torneio pré-Mundial.

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'Secundários' mostram forçaFoto: AP

Quem esqueceu que o futebol ainda pode significar um esporte surpreendente, viu na primeira fase da Copa das Confederações que o Mundial de 2006 não deve ser o "jogo de cartas marcadas" propagado nos quatro cantos do planeta.

Brasil e Argentina, que chegaram à Alemanha neste mês de junho carregando na bagagem o status de "supertimes", e como grandes favoritos aos títulos intercontinental e mundial, tropeçaram.

O México venceu o pentacampeão por 1 a 0, derrubou a pompa verde-amarela, obrigou Carlos Alberto Parreira a alterar a sua escalação, e venceu o grupo B com quase 100% de aproveitamento, ao bater também o Japão e empatar com a Grécia.

Confederations Cup: Brasilien vs. Mexiko 1:0
Brasil sucumbiu ao ímpeto mexicanoFoto: AP

De quebra, atingiu a marca, histórica para o país, de 20 jogos sem perder. "Estamos mostrando o nosso melhor futebol, com diversas alternativas de jogo. Estamos classificados, era o que queríamos. Agora vamos buscar o título", avisou o treinador Ricardo Lavolpe.

Os donos da casa seguiram caminho semelhante. Ao contrário da crítica muitas vezes pesada da imprensa nacional e do descrédito de parte da torcida, fizeram um "ataque estrangeiro" funcionar. Marcaram nove gols em três jogos, com vitórias sobre a Austrália e a Tunísia e um empate com os argentinos, que garantiu os europeus no topo da chave A.

Confederations Cup: Argentinien - Australien
Até quando Figueroa vai comemorar?Foto: AP

Com isso, as semifinais da Copa das Confederações reservam à torcida duelos, no mínimo, inesperados. Brasil e Alemanha jogam neste sábado (25/06) em Nurembergue, enquanto México e Argentina lutam, no dia seguinte em Hannover, pela outra vaga na decisão.

O caminho está traçado para que o clássico sul-americano envolvendo os dois favoritos aconteça na decisão. Mas pelo que México e Alemanha mostraram até agora, não é fácil apostar quem estará em campo no dia 29, no Waldstadion, em Frankfurt.

Fußball: Brasiliens Trainer Carlos Alberto Parreira
Parreira: justificativasFoto: dpa

"Eu falei desde o início que não teríamos um time tão organizado. O resultado aqui não importa. O torneio está servindo para observarmos", desculpou-se Parreira após quase ser eliminado pelo Japão, e poucos dias depois de anunciar que o Brasil "não entra em competição para perder".

Ultrapassagem

Não foram apenas alemães que surpreenderam ou mexicanos que demonstraram evolução. A Tunísia, atual campeã africana, deu trabalho às grandes potências do mundo no grupo mais equilibrado da Copa das Confederações.

O time comandado pelo francês Roger Lemerre impôs dificuldades à Argentina na estréia (2 a 1) e fez a Alemanha suar a camisa para fazer 3 a 0 apenas no segundo tempo.

Confederations Cup
Brasileiro (11) brilha com a camisa da TunísiaFoto: AP

Na última partida deste ensaio para a Copa, o brasileiro naturalizado Francileudo dos Santos marcou dois gols sobre a Austrália e deu a única vitória ao país na competição. O suficiente, porém, para fazer os africanos ultrapassarem Grécia e os próprios australianos em um balanço geral de quem ficou pela primeira fase.

"Não preciso dizer que gostaríamos de ter tido mais sucesso aqui na Alemanha. E é óbvio que nós temos problemas no nosso ataque. Não marcamos nenhum gol em três jogos, e quem não marca não vence", manifestou-se o técnico campeão europeu, Otto Rehhagel.

O Japão foi outro que provou evolução constante, e por isso terminou como o quinto melhor time. Campeã da Ásia sob o comando de Zico, a equipe oriental exigiu muito de seus rivais. Na última partida, em Colônia, contra o Brasil, quase eliminou o favorito.

Confederations Cup Brasilien gegen Japan
Japão quase derrubou o BrasilFoto: AP

"Foi por pouco. Eu sabia que poderíamos vencer, jogamos para isso e conseguimos mostrar isso. Marcamos dois gols, e estamos crescendo. Foi ótimo enfrentar grandes equipes, como o Brasil, e se continuássemos poderíamos crescer ainda mais. Para a Copa, em 2006, precisamos ganhar malícia. Vou trabalhar em cima disso", disse Zico.