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Método inédito pode salvar Grande Barreira de Coral

26 de novembro de 2017

De 1985 a 2012, recife de 2.300 km no litoral australiano já perdeu metade de suas espécies de coral. Tentativas de recuperar a população têm fracassado. Nova técnica poderá ajudar a sanar outros ecossistemas.

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Biodiversidade ameaçada de extinção no Great Barrier Reef
Biodiversidade ameaçada de extinção no Great Barrier ReefFoto: picture-alliance/dpa/JAMES COOK UNIVERSITY

Pesquisadores da Universidade Southern Cross, na Austrália, conseguiram restabelecer a fauna de um trecho danificado da Grande Barreira de Coral (Great Barrier Reef) utilizando um método inédito, que poderá ajudar a recuperar outros ecossistemas abalados.

No litoral da Ilha Heron, no sul da Grande Barreira, em março último a equipe liderada por Peter Harrison recolheu e incubou uma grande quantidade de ovos de corais. As larvas eclodidas foram então transportadas até trechos enfermos do recife de coral com 2.300 quilômetros de extensão. Oito meses mais tarde, os cientistas confirmam a presença de jovens corais que sobreviveram o transplante e cresceram, protegidos por barreiras de redes.

Branqueamento intenso de corais na Austrália

O bem-sucedido método poderá ser aplicado não só na Grande Barreira de Coral, podendo vir a ter significância global. "Isso mostra que podemos começar a reconstituir e reparar as populações de coral dizimadas", antecipou Harrison, ao apresentar o projeto.

Segundo ele, trata-se de uma técnica totalmente inédita. Na tradicional, retiram-se "mudas" de corais sadios para instalá-las em outras partes do recife, na esperança de que continuem a crescer.

A agência ambiental australiana responsável pelo Great Barrier Reef considerou este um "passo encorajador" e exortou à ampliação do projeto, para que todo o ecossistema se beneficie.

Biodiversidade ameaçada de morte

As boas notícias chegam em boa hora, pois entre 1985 e 2012 a gigantesca formação coral localizada na costa nordeste da Austrália já perdeu a metade de sua população. As projeções são que até o ano 2100 pouco sobrará da Grande Barreira de Coral.

Declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1981, o maior recife do gênero, no mundo, abriga 400 das 700 espécies de corais conhecidas. Ao lado de mais de 500 espécies de peixes e 4 mil de moluscos, encontram-se animais ameaçados de extinção, como o mamífero dugongo e a grande tartaruga marinha verde.

Entre as causas principais da dizimação da população de corais na Austrália estão a mudança climática e o consequente aquecimento dos oceanos, assim como a poluição marinha provocada pelo tráfego de navios e pela agricultura nas proximidades do litoral.

AV/afp,ots

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