1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Médicos da família alemães começam a vacinar contra covid-19

6 de abril de 2021

Cerca de 35 mil profissionais passarão a imunizar pacientes em seus consultórios, seguindo lista de grupos prioritários. Autoridades esperam que medida dê um impulso na lenta campanha de vacinação no país.

https://p.dw.com/p/3rd6p
Homem de jaqueta vermelha, máscara e luvas pretas aplica vacina em uma idosa, também de máscara e bengala. Ao lado dela, está um senhor idoso, também de máscara.
Inicialmente, cada consultório receberá cerca de 26 doses por semana. Foto: Bernd Wüstneck/dpa/picture alliance

Mais de 35 mil médicos da família na Alemanha começam nesta terça-feira (06/04) a vacinar pacientes contra a covid-19 em seus consultórios. A ação deve ser um impulso na campanha de vacinação no país, que vem sendo criticada pela lentidão.

A vacinação na Alemanha começou há mais de três meses e, até sexta-feira, apenas cerca de 12% da população havia recebido ao menos uma dose de imunizantes contra o coronavírus, de acordo com dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Desde o final de dezembro, os imunizantes estão sendo aplicados, sobretudo, em 430 postos de vacinação em todo país.

Diferentemente do Brasil e de outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, não há vacinação em esquemas de drive-thru ou convocação dos pacientes por idade: é necessário agendar um horário e, somente depois, se dirigir a um centro de vacinação. 

Alguns consultórios já começaram a aplicar as vacinas nesta terça-feira. Outros, porém, ainda aguardam a chegada dos imunizantes.

No entanto, apesar do otimismo com a nova etapa, ela também iniciará de forma mais lenta. Na primeira semana, os consultórios receberão apenas um total de 940 mil doses – o equivalente a cerca de 26 doses por consultório.

Na semana de 26 de abril, porém, a previsão é que os médicos da família passem a receber três milhões de doses por semana – o que representa um montante maior do que o destinado a postos de vacinação.

Os médicos da família também devem seguir a ordem dos grupos prioritários estabelecidos pelo governo federal, começando pelos idosos e pessoas com comorbidades. De acordo com o Ministério da Saúde, não há uma central nacional para convocar os pacientes a se vacinarem: cada consultório tem liberdade para agendar as vacinas, por exemplo, por telefone ou internet. Alguns estão solicitando que os pacientes entre em contato para demonstrar interesse em se vacinar. 

O modelo já estava sendo testado em projetos-pilotos há algum tempo. Na Baviera, por exemplo, a vacinação começou em 1.635 clínicas na semana passada.

Começo apenas com vacinas da Pfizer-BioNTech

De acordo com o ministro da Saúde, Jens Spahn, nas duas primeiras semanas de abril, será utilizada apenas a vacina da Pfizer-BioNTech. A partir da semana do dia 19 de abril, os consultórios também vão receber a vacina da AstraZeneca e da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, que é a única aplicada em apenas uma dose.

Na Alemanha, a orientação da Comissão Permanente de Vacinação (Stiko, na sigla em alemão) é que a vacina da AstraZenecaseja aplicada apenas em pessoas com mais de 60 anos, pelo risco de um tipo raro de trombose cerebral. Por essa razão, o presidente da Associação dos Médicos de Família, Ulrich Weigeldt, solicitou mais informações sobre os efeitos colaterais.

"A vacinação não deve ser um teste de coragem, nem para o paciente nem para o médico", disse Weigeldt ao jornal Bild.

Segundo ele, os médicos conhecem bem seus pacientes e, com mais informações sobre os efeitos do imunizante, poderiam avaliar a possibilidade de utilizá-lo com segurança, também, em pessoas com menos de 60 anos.

Nesta terça-feira, o responsável por estratégia de vacinas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), farmacologista Marco Cavaleri, afirmou quehá um vínculo claroentre o uso da vacina da AstraZeneca e casos muito raros de trombose.

"Na minha opinião agora podemos dizer que está claro que há uma associação com a vacina. Porém não sabemos o que causa essa reação", declarou Cavaleri ao jornal italiano Il Messaggero.

le (dpa, ots)